INTEGRANTES

O Coletivo Terra em Cena é uma articulação de coletivos de teatro e audiovisual que atuam em comunidades da reforma agrária e quilombolas e em meio urbano. É composto por professores universitários da UnB e da UFPI, e da rede pública do DF, por estudantes das Licenciaturas em Educação do Campo da UnB e da UFPI/Campus de Bom Jesus e por militantes de movimentos sociais do campo e da cidade. O Terra em Cena se configura como programa de extensão da UnB, com projetos de extensão articulados na UnB e na UFPI, e como grupo de pesquisa cadastrado no diretório de grupos do Cnpq. Um dos projetos é a Escola de Teatro Político e Vídeo Popular do DF (ETPVP-DF) que integra a Rede de Escolas de Teatro e Vídeo Político e Popular Nuestra America.

sábado, 26 de maio de 2012

Manifesto pela VIDA - Protocolo de Adriana Fernandes


Universidade de Brasília –UnB                                
Faculdade de Planaltina/FUP
Curso de graduação: Licenciatura em Educação do Campo    
Turma 2: Andréia Pereira dos Santos
Componente curricular: Arte e Sociedade 2
Trabalho: Protocolo de “Mutirão em Novo Sol”
Educador: Rafael Villas Boas
Educanda: Adriana Fernandes Souza                  Matrícula: 08/54093
Data: Período do 5º Tempo Comunidade 05 de outubro de 2010 a maio/ 2011


Manifesto pela VIDA

            Tentaram negligenciar o direito à Cultura Popular, quando fomos sucumbidos a uma ruptura brutal pelo golpe da ditadura militar em 1964, muitas produções artísticas desapareceram, músicas, no campo das letras várias obras literárias, filmes, documentários, jornais, grupos de teatro, inclusive a primeira peça de teatro político sobre a Questão Agrária, “Mutirão em Novo Sol”, escrita em 1962 por um coletivo de artistas e teatrólogos brasileiros e que fora resgatada em 2008. Essa peça, partindo do olhar ainda na década de sessenta, mostra hoje com tema totalmente atualizado, deixando claro por que “desaparecera”, pois, quem era o alvo das denuncias foram os mesmos apoiaram o golpe. Neste processo hegemônico e como não houvesse um espaço no tempo de quatro décadas, nos tempos atuais são as mesmas condições históricas vividas pelos trabalhadores rurais. Em nome das vozes que brutalmente foram e são caladas, dos sonhos interrompidos nas madrugadas, das lágrimas arrancadas junto com a dor carregada de ausências forçadas, das mulheres vítimas não da vida, mas sim de um sistema patriarcal cruel, em nome dos jovens, crianças e de todos os povos que no contexto geral da questão agrária, foram colocados à margem da vida sendo os excluídos tanto no campo, como nas florestas, os indígenas e quilombolas, façamos o uso da palavra para deixar registrado que:


Diante dos massacres que foram cometidos contra os trabalhadores camponeses, às ameaças e mortes daqueles que desafiaram lutar contra aos absurdos cometidos com os povos do campo, das leis que são forjadas para manutenção deste modelo econômico das desigualdades sociais mais desumanas, nós deixamos claro nossa decisão de fazer tudo pela VIDA. Enquanto cabeças de gado valerem mais que o ser humano e existirem latifúndios onde monoculturas de capim, soja, eucalipto e outras tantas que só servem para enriquecer 1% da população brasileira com a exportação, o monopólio das terras promovida pelos latifúndios, sejam de maior valia para o “progresso” deste país, do que a produção da agricultura familiar para manutenção da vida, que fique claro ainda que a justiça se mantenha fazendo de cega “por que convém” diante dos nossos direitos violados, sufocados pela indignação ouvirão o grito retumbante de um povo heróico que ficara às margens, tenham a clareza que nós nos manteremos firmes na luta para que deixemos de ser a nação das desigualdades sociais, como os filhos teus que não fogem à luta mesmo quando são arrancada nossa identidade, nos submetendo durante séculos de exclusão da história, onde o tempo todo fomos protagonistas, mas nos fizeram acreditar que éramos sombras, como só há sombra se houver algo que possa a refletir. Nada é vazio pode até existir uma parte da nossa história oculta, porém descortinaremos a verdade embrenhada a uma sordidez e manteremos em pé a bandeira em prol da justiça social para todos os povos: do campo, das florestas, indígenas e quilombolas, que em suma a barbárie produzida pela estrutura política de uma nação concebida no seio das mutilações sociais, não conseguiu apagar o povo que se fez brasileiro pela sua resistência.      
Fique em pé ó esperança, não pela fé que um dia as coisas melhorarão, mas sim pela certeza que se continuarmos calados sem ações em busca de uma Transformação Social, tendenciosamente as coisas com certeza piorarão. Por amor a essa “Pátria” que não sabemos de quem é, mas sim de quem deve ser, pronunciamos que “chegou à hora da gente ser gente, da fome acabar que a terra não mente, responde a semente se a gente plantar” 1, chega de sim senhor e de costas curvadas cuidando das terras do patrão, chega de nada para a classe trabalhadora e tudo para além da lei à classe dominante. São séculos de reprodução dessas desapropriações da vida, onde o ser humano não tem valor, a realidade que encoberta a expressão do povo brasileiro deixando clara a inviabilidade de um sistema político falido.


1-Techo da canção do “Arranca Capim Colonião”, da peça de teatro: Mutirão em Novo Sol.


Adriana Fernandes Souza





Teatro Fórum a partir da peça Mutirão em Novo Sol 
 Brigada Semeadores
IFB  (30 de março de 2011)

















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