INTEGRANTES

O Coletivo Terra em Cena é uma articulação de coletivos de teatro e audiovisual que atuam em comunidades da reforma agrária e quilombolas e em meio urbano. É composto por professores universitários da UnB e da UFPI, e da rede pública do DF, por estudantes das Licenciaturas em Educação do Campo da UnB e da UFPI/Campus de Bom Jesus e por militantes de movimentos sociais do campo e da cidade. O Terra em Cena se configura como programa de extensão da UnB, com projetos de extensão articulados na UnB e na UFPI, e como grupo de pesquisa cadastrado no diretório de grupos do Cnpq. Um dos projetos é a Escola de Teatro Político e Vídeo Popular do DF (ETPVP-DF) que integra a Rede de Escolas de Teatro e Vídeo Político e Popular Nuestra America.

sexta-feira, 28 de setembro de 2018

🚩 TERRA EM CENA TAMBÉM É #ELENÃO

O Coletivo Terra em Cena apoia os atos #EleNão, que ocorrerão em todo país neste sábado (29).

O Terra em Cena é uma articulação de coletivos de teatro e audiovisual que atuam em comunidades da reforma agrária, quilombolas e no meio urbano. Atualmente, está organizado no Distrito Federal e no Piauí.

#EleNão
#EleNunca



Apresentações: Terra em Cena conta Coletivo Blusa Azul


Informar, formar e organizar: essa é a proposta do Coletivo Terra em Cena. Dentro de sua militância em comunidades rurais, acampamentos, assentamentos e comunidades quilombolas, o coletivo procura criar propostas educativas, para uma comunicação que rompa fronteiras e fale de questões sociais e políticas, através de ferramentas como o teatro e o vídeo popular.

Em seu mais novo projeto, intitulado Terra em Cena conta Coletivo Blusa Azul, o grupo se inspira em cenas teatrais de experiências de agitação e propaganda e teatro político do Coletivo Blusa Azul, atuante na década de 1920, em Moscou e no interior da União Soviética. As cenas informavam sobre a vida e os problemas da classe trabalhadora naquela época, na sua maioria analfabeta.

A pesquisa das formas estéticas e dramatúrgicas do Blusa Azul resultou na montagem de três cenas e circulação por escolas rurais e instituições de ensino superior. A ideia é criar um diálogo, de maneira poética e sensível, entre dois sistemas sociais periféricos: o russo, da segunda década do século XX, e o brasileiro da segunda década do século XXI. Os espetáculos vão circular de 26 de setembro a 03 de outubro, por espaços educacionais de Planaltina, Brazlândia, São Sebastião e Paranoá.

PROGRAMAÇÃO:

- 26 de Setembro (quarta-feira), às 11h, na Escola Parque Natureza (Brazlândia)

- 27 de Setembro (quinta-feira) às 18h, Centro Cultural da ADUNB / UnB Campus Darcy Ribeiro (Asa Norte)

- 01 de Outubro (segunda-feira), às 10h, na Escola Classe da Pedra Fundamental (Planaltina)

- 01 de Outubro (segunda-feira), às 16h30h, no Centro Educacional São Francisco (Chicão - São Sebastião)

- 03 de Outubro (quarta-feira), às 10h20, no Centro Educacional do PAD-DF (CEd PAD-DF - Paranoá)

- 03 de Outubro (quarta-feira), às 16h, no Instituto Federal de Brasília (Campus Planaltina)


III Mostra Terra em Cena e na Tela e I Mostra da Escola de Teatro Político e Vídeo Popular do DF

Na Semana Universitária no campus de Planaltina da UnB aconteceu a III Mostra Terra em Cena e na Tela e 1ª Mostra da ETPVP-DF durante os dias 24 e 25 de setembro.

A nossa III Mostra Terra em Cena e na Tela, contou com a participação de todos os nossos elencos e uma seleção de filmes feita por Adriana Gomes e Camila Dutervil, com debates após as peças e filmes. 

Foi realizada uma importante assembleia que reuniu todos os integrantes do Terra em Cena na segunda (24) à tarde e com um momento de oficinas de formação na terça (25) pela manhã com Oficina de Comunicação Popular com Adriana Gomes e Janes Ferreira, Dança com Adriano Duarte, Coros no Teatro Épico com a Cia Burlesca e Projetos Culturais com Viviane Pinto.

As atividades formativas tem a intenção de darmos um salto organizativo criando equipes de trabalho no Terra em Cena, com representantes de todos os grupos nas equipes, para facilitar a nossa comunicação, para apoiar os grupos na captação de recursos via editais, para dinamizar nosso processo formativo articulado à organização social das comunidades e movimentos nos territórios.



quarta-feira, 5 de setembro de 2018

Escola de Teatro Político e Vídeo Popular completa um ano de construção em rede no Distrito Federal



No dia 23 de agosto de 2018 a Escola de Teatro Político e Vídeo Popular do Distrito Federal (ETPVP-DF) completou seu primeiro ano de funcionamento. A escola integra a Rede Latinoamericana de Teatro e Vídeo Político Popular Nuestra América, uma articulação de movimentos sociais, coletivos de teatro e vídeo político popular e grupos de pesquisa, que se reuniu para construir processos formativos permanentes e interligados, pautados pela dimensão da práxis enquanto método e filosofia.
Atualmente estão em funcionamento a Escola de Teatro Político de Buenos Aires, a Escola de Teatro Popular do Rio de Janeiro, a nossa escola do DF e mais duas escolas em processo de construção: a Escola de Teatro Político de Florianópolis (Estepo) e a escola de São Paulo.
A ETPVP-DF está sediada na Casa da América Latina da UnB, no Setor Comercial Sul de Brasília, próxima a rodoviária do plano piloto e do metrô, para facilitar o acesso dos participantes da escola, que na primeira turma têm representantes de nove, das trinta regiões administrativas, do Distrito Federal. A construção da turma partiu da estratégia de tecitura de uma rede de produção e circulação do teatro político e vídeo popular que englobe escolas públicas, casas de cultura, espaços de movimentos sociais e campi de universidades públicas. Temos, na primeira turma, professores da rede pública de ensino do DF, militantes de movimentos sociais urbanos e rurais, como o Levante Popular da Juventude e o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), integrantes de casas de cultura de diversas regiões administrativas do DF e estudantes de ensino médio e superior.
Desde o primeiro módulo foi decidido pela turma, em conjunto com a coordenação político pedagógica da escola, que os temas centrais da pesquisa estética e política que a primeira turma faria no decorrer dos três módulos seria a articulação entre os eixos fascimo-racismo-patriarcado e as formas de luta contra essa estrutura de poder crescente no Brasil.
Como método de trabalho o processo é mais importante que o produto final: temos experimentado técnicas teatrais, desde as formas e métodos do Teatro do Oprimido ao Teatro Dialético. Estamos vendo e debatendo trabalhos de vídeo popular e filmes de diversos cinestas e períodos históricos, e iniciamos nossos experimentos de produção audiovisual.
Na comemoração de um ano da escola apresentamos uma leitura dramática encenada da  peça de agitprop Scotboorodo Proletbuhne, uma ação de protesto contra o racismo, a partir da denuncia do caso de nove jovens negros americanos acusados de assaltar duas mulheres brancas. O intuito da acusação era a pena de morte para todos, a despeito da ausência de provas e da desproporção da pena para uma acusação de assalto. 
A peça foi apresentada no período (1935) por muitos coletivos de teatro político, como intervenção que precedia a apresentação dos trabalhos dos grupos, como gesto de solidariedade à luta anti-racista. Acreditamos que esse tipo de ação coletiva pode ser recuperada como prática política pela Rede de Escolas de Teatro e Vídeo político popular Nuestra América. A ETPVP-DF produziu, em laboratório, uma versão adaptada da dramaturgia da peça para assimilarmos a questão do racismo estrutural brasileiro e o genocídio da população joven negra do país. 
Foram exibidos, também, dois vídeos de intervenção realizadas pela primeira turma da escola. Uma ação de teatro de agitprop realizada no salão verde do Congresso Nacional, no momento em que seria pautada na Câmara dos Deputados a questão da Reforma da Previdência, em dezembro de 2017. E uma ação em conjunto com uma brigada de agitprop dos movimentos sociais no Tribunal Superior Eleitoral, em julho de 2018, para denunciar a arbitrariedade do poder judiciário brasileiro com as manobras para o impedimento do registro da candidatura do ex-presidente Luis Inácio Lula da Silva à presidencia da república.
O vídeo da intervenção no TSE é fruto dos momentos de estudo e laboratório da relação entre as linguagens do teatro e do audiovisual. Nesse caso, a filmagem foi estudada como um elemento da intervenção, com os movimentos das câmeras sendo integrado ao movimento dos atores, fornecendo pontos de vista mais próximos dos pontos de vista dos personagens, buscando estranhar o padrão de enquadramento dos telejornais brasileiros.
A ETPVP-DF se tornou, durante seu primeiro ano de vida, um espaço de formação estética e política, com a maioria de seus debates abertos para toda a comunidade, um espaço de recuperação de métodos e formas desenvolvidas em tempos tão ou mais difíceis que o nosso, e que na conjuntura atual, voltam a ser demandados para fortalecer a resistência contra a ampla gama de retrocessos impostos às esferas da política, da economia e da cultura.

Coordenação da ETPVP-DF
Mais fotos:



Intercâmbio entre Licenciaturas em Educação do Campo da UnB e do campus de Bom Jesus da UFPI fortalecem articulações entre Educação, Cultura e Direito.


Nos dias 02 e 03 de agosto de 2018 ocorreu no campus de Bom Jesus, da Universidade Federal do Piauí, o 1º Seminário e 1º Ciclo de Oficinas Culturais da Licenciatura em Educação do Campo (Ledoc)/CPCE: arte, direito e educação na construção da resistência camponesa. O evento teve como objetivo promover reflexões, intercâmbios e práticas acerca da arte, do direito e da educação na construção da resistência camponesa, rumo à emancipação social dos sujeitos do campo.
A Educação do Campo da UnB esteve representada pela coordenadora do curso de Licenciatura em Educação do Campo, professora Eliene Novaes Rocha, também integrante do Fórum Nacional da Educação do Campo (Fonec), pela professora egressa da Ledoc Adriana Gomes, mestranda da Faculdade de Educação da UnB e pelo professor Rafael Litvin Villas Bôas, da Ledoc e coordenador de extensão da Faculdade UnB Planaltina.
Na manhã do primeiro dia foram apresentados os resultados da pesquisa coordenada pelos professores Ozaías Batista e Socorro Pereira da Silva, sobre o "Perfil socioeducacional dos discentes da Educação do Campo". A riqueza e minúcia dos dados coletados e sistematizados permitiu um diagnóstico do público discente da Ledoc/Bom Jesus, abordando questões como renda média das famílias, principais dificuldades para a permanência e conclusão do curso, relação com os movimentos sociais, etc. O questionamento sobre os dados oportunizou o debate sobre a metodologia da pesquisa, a partir do indagações sobre os critérios e focos do levantamento, aplicada à realidade dos próprios estudantes. 
A mesa sobre “Arte, direito, educação e política na construção da resistência camponesa: do planalto central à região do PDA Matopiba”, realizada a tarde, contou com a presença dos dois professores da UnB e do juiz Eliomar Rios da Vara Agrária de Bom Jesus-PI. Caso raro no meio judiciário brasileiro atual, o juiz demonstrou conhecer in locoas comunidades rurais do sul do Piauí, muitas vezes envolvidas em conflitos fundiários para resistir aos interesses do grande capital, que investe na estrangeirização de terras e produção em larga escala para exportação. A fala do juiz  deixou claro que os empreendimentos do agronegócio produzem efeitos danosos ao meio ambiente e aterradores à população local, a partir de expedientes como grilagem e grilagem digital da terra, associados à exploração do trabalho em fazendas pecuaristas e sojeiras, à privatização da água do subsolo para irrigação e ao uso livre de agrotóxicos e demais componentes do pacote tecnológico da agricultura capitalista. 
A mesa destacou-se ainda por abordar o entrelaçamento entre soberania territorial, soberania alimentar e soberania cultural, articuladas à soberania nacional, enquanto demanda de construção de um projeto de nação.
Tais articulações foram aprofundadas no segundo dia de evento, por meio da exposição do Sr. Carlos Humberto Campos (Cáritas Brasileira), cuja exposição foi antecedida por dois juris simulados, encenados por estudantes da Ledoc: um que abordou o tema das desigualdades de gênero no campo e outro que abordou a contradição entre os projetos de desenvolvimento do campo  (capital x trabalho) evidentes, entre as chapadas e baixões, na região do Vale do Gurguéia (sul do PI). O debate contou com forte participação de estudantes e professores da UFPI e de representantes dos movimentos sociais e sindicais presentes (CPT, MST, Fetag, Cáritas, Movimento Quilombola, etc).
O esforço de articular os temas do Direito, da Cultura e da Educação esteve presente também nas apresentações culturais do Coletivo Cenas Camponesas, estreando a peça "Luta Nossa, camponesa" (projeto de extensão da Ledoc/UFPI), do grupo de teatro Improvisa Cantídio, da escola municipal de Cantídio/Comunidade Rural de Corrente dos Matões (Bom Jesus/PI), e do grupo de Maculelê da Comunidade Quilombola Brejão dos Aipins (Redenção/PI). 
Os dois grupos de teatro que se apresentaram, um de adolescentes de uma escola e outro de estudantes da Ledoc, abordaram dinâmicas do conflito fundiário no sul o PI: o tema da grilagem digital de terras e as consequências para a população camponesa, no caso do primeiro grupo, e as ameaças de jagunços que uma família de agricultores sofre para vender suas terras para um fazendeiro, no caso do segundo grupo. Nos dois casos o teatro tratou da questão agrária brasileira e dos conflitos fundiários a ela subjacentes, buscando dar forma estética aos problemas políticos e econômicos vivenciados pelas comunidades que vivem na fronteira agrícola de expansão do agronegócio, conhecida como Projeto de Desenvolvimento Agrária (PDA) Matopiba, por estar em área de fronteirados estados do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia.
Por diferentes e criativos métodos, o seminário tratou de socializar conhecimentos em diferentes áreas, de maneira articulada, e envolvendo diferentes setores da sociedade e do Estado. Cabe destacar os concursos realizados na noite cultural, de forró, de melhor cachaça artesanal da região, de melhor doce caseiro e de melhor farinha de mandioca. Para cada atividade os concorrentes tinham que explicar a origem e o modo de produção dos produtos e os jurados tinham que elucidar ao público a razão de suas escolhas, tendo em vista os critérios previamente adotados. Além de divertida, a proposta se mostrou eficaz instrumento de propaganda da produção culinária da agricultura camponesa, dando voz aos produtores e produtoras locais.
            Por fim, cabe salientar que o encontro proporcionou o intercâmbio entre as experiências de extensão dos campus de Planaltina da UnB e de Bom Jesus da UFPI e desenhou possibilidades de fortalecimento do intercâmbio entre as ações das duas licenciaturas e dos dois campi, os quais possuem características semelhantes. O próximo encontro da agenda é a vinda do grupo Cenas Camponesas para se apresentar na III Mostra Terra em Cena e na Tela, organizada pelo Coletivo e programa de extensão Terra em Cena, a ser realizada nos dias 24 e 25 de setembro de 2018, durante a Semana Universitária da UnB.

Eliene Novaes, Rafael Villas Bôas (professores da Ledoc/UnB), Kelci Pereira (professora da Ledoc/UFPI-Bom Jesus) e Adriana Gomes (Mestranda da FE/UnB)