INTEGRANTES

O Coletivo Terra em Cena é uma articulação de coletivos de teatro e audiovisual que atuam em comunidades da reforma agrária e quilombolas e em meio urbano. É composto por professores universitários da UnB e da UFPI, e da rede pública do DF, por estudantes das Licenciaturas em Educação do Campo da UnB e da UFPI/Campus de Bom Jesus e por militantes de movimentos sociais do campo e da cidade. O Terra em Cena se configura como programa de extensão da UnB, com projetos de extensão articulados na UnB e na UFPI, e como grupo de pesquisa cadastrado no diretório de grupos do Cnpq. Um dos projetos é a Escola de Teatro Político e Vídeo Popular do DF (ETPVP-DF) que integra a Rede de Escolas de Teatro e Vídeo Político e Popular Nuestra America.

segunda-feira, 25 de novembro de 2013

Aulas de artes e teatro, seu potencial e uso nas escolas - Protocolo de Nivaldo Bento de Araujo Junior


Universidade de Brasília - UNB
Faculdade UNB Planaltina - FUP
Licenciatura em Educação Campo - LEdoC
Professor: Rafael Litvin
Estudante: Nivaldo Bento de Araujo Junior
Matricula: 110176596
Turma: 05
Território: Assentamento Virgilândia


Aulas de artes e teatro, seu potencial e uso nas escolas.

As aulas de artes nas escolas são trabalhadas de forma que não possibilitam a escolha e a interação dos alunos com as atividades. O tempo das aulas é de quarenta e cinco minutos, um tempo que não possibilita o desenvolvimento de outras atividades mais elaboradas e duradouras, como o teatro.

O teatro é trabalhado nas escolas de forma muito desorganizada, não permite que os alunos tenham interesse em participar das práticas teatrais. O teatro nas escolas é trabalhado às pressas e as peças produzidas promovem constrangimento nos alunos, pois nunca é desenvolvido um trabalho de confiança e concentração entre os alunos.

Além disso, as peças não promovem nenhuma reflexão crítica dos problemas vividos pelos estudantes. O enredo das peças trabalhadas nas escolas, na maioria das vezes, representa apenas a futilidade das pessoas, reproduz preconceitos, raciais, de classes e de opção sexual.

Por estes motivos, e também por muitas vezes os estudantes serem tímidos e não se sentirem a vontade para interpretar as peças teatrais, ocorre que alguns estudantes se recusam a se envolver com o teatro. Uma atitude que deveria ser normal aos olhos dos professores e colegas de sala de aula, uma vez que não se tem nenhuma atividade que os deixe a vontade para as atividades com o teatro, nenhum exercício que trabalhe com a auto confiança dos alunos e que deixe os mais a confiantes para interpretar as peças.

O que acontece quando um aluno se recusa a participar de alguma peça teatral é a vaia dos alunos e as ameaças do professor, onde a primeira atitude que ele toma é dizer que o estudante irá ficar sem nota e vai reprovar. Esta atitude força o estudante a participar, mesmo contra a sua vontade, da atividade teatral. Este é um fato que certamente deixa os estudantes traumatizados com o teatro para toda a vida.

Para que as práticas teatrais não traumatizem os estudantes tem que haver um trabalho que desenvolva a confiança dos estudantes, que trabalhe a vergonha e a timidez de certos alunos, para que só então se dê início as práticas teatrais, uma vez que as mesmas devem ser trabalhadas de forma que os alunos não se sintam constrangidos a se apresentar para um determinado grupo de pessoas.

O teatro tem que envolver as pessoas de forma que elas se sintam à vontade para participar do magnífico mundo da dramaturgia, além de se sentirem úteis. Uma forma do teatro ser trabalhado nas escolas e ser útil para a própria escola é o teatro político, pois ele dá a oportunidade das pessoas trabalharem com os problemas vividos por eles.

As aulas de artes e o teatro trabalhado nas escolas devem deixar de ser um aparelho de dominação. Por meio do teatro político os professores possuem o poder de desenvolver uma visão crítica nos estudantes, para que a escola e os estudantes utilizem o teatro político dialético para promover reflexões e debates nas comunidades, pois uma comunidade que conheça seus problemas e tenha consciente dos seus direitos é capaz de promover revolução nos diversos espaços.

As aulas de teatro nas escolas não possuem o espaço que merecem e muito menos são trabalhadas da forma certa. Este é um grande desafio a ser enfrentado nas escolas, mas o teatro político talvez seja a única solução para resolver o problema, desde que desenvolva a visão crítica dos alunos, a percepção de mundo para que os estudantes por meio da arte sejam capazes de lutar contra o aparelho de dominação que é estabelecido nas escolas.



Planaltina, 19 de novembro de 2013

quinta-feira, 21 de novembro de 2013

Sobre o sentido do trabalho teatral: dos jogos ao planejamento de aulas (Protocolo de Altobeli Gonçalves de Jesus)

Universidade de Brasília- UnB
Faculdade UNB Planaltina- FUP
LEdoC- Licenciatura em Educação do Campo
Disciplina: Arte e Sociedade - Teatro I
Educando: Altobeli Gonçalves de Jesus
Turma: V – Zumbi dos Palmares
Data: 14/11/2013

Sobre o sentido do trabalho teatral: dos jogos ao planejamento de aulas

      Nas duas últimas aulas de teatro foi dada uma ênfase maior nos jogos e no planejamento de aulas. O objetivo é nos dar segurança para que levemos as experiências adquiridas em tempo universidade para as salas de aulas onde muitos atuam como professores. E quem não é professor pode utilizar as técnicas quando entrar em sala, como estagiários. 
      A pessoa que se propõe a fazer teatro político necessita de disciplina para realizar os rituais exigidos pelo teatro, que são os exercícios físicos e as leituras para compreender e dominar os conceitos e categorias que envolvem o conhecimento humano. Requisitos que a equipe que se desafia a fazer teatro político precisa possuir.
    O teatro é construído pelo trabalho coletivo, coordenação, espírito de equipe, superação de preconceitos, unindo os talentos individuais para alcançar o mesmo objetivo, que é a superação de seus próprios limites como pessoa, a timidez, dificuldade de se apresentar para outras pessoas.
       Nesse ponto os jogos entram e contribuem para que a pessoa se solte, conhecendo o seu próprio corpo e revelando suas habilidades, que pode não ser de falar em público ou debater a peça apresentada, mas no momento que começa o jogo ele se destaca sendo o mais participativo, o mais engraçado.
        Através desse movimento de diálogo com a realidade, identifica os problemas e não vê a consequência como causa, por exemplo: “o auto índice de violência, que é gerado por falta de formação escolar e oportunidade, e não exclusivamente que a pessoa é violenta”. O teatro trabalha como meio para a transformação ideológica das pessoas, preservação da cultura local, e exposição da cultura no raio de atuação do grupo. E proporcionando momentos inesquecíveis que dão significado infinito para a existência finita do homem.
        Os estudantes se desafiaram na elaboração de um plano de aula com jogos e teoria, tendo coerência na sequência dos jogos, e com objetivo de acumulação e superação de limites. Desafiando-nos a pensar e agir como professores e a refletir sobre as dificuldades que este trabalho implica, no fazer a leitura da comunidade, do município, do país e do mundo e levar as questões para a sala de aula, de forma dialética.

Altobeli Gonçalves de Jesus



sábado, 16 de novembro de 2013

Protocolo – Raquel Costa Oliveira

Protocolo I – Raquel Costa Oliveira
LEdoC - Turma 5  Cavalcante- GO

            O trabalho teatral desenvolvido durante as aulas de teatro da LEdoC, possibilitou observar atitudes, experimentar novas sensações, sentir emoções, além de ajudar a adquirir e mudar posturas, tanto corporais, como ideológicas.
            Para uma boa desenvoltura nos exercícios, a desautomatização do corpo é essencial, é preciso também perder certos medos que nunca temos coragem de enfrentar ou consideramos sem importância, como andar de olhos fechados, jogar o seu corpo e esperar que alguém te segure, são situações que geram medo e insegurança, situações essas que não nos deparamos no nosso dia a dia, mas que nos fazem refletir como seria não enxergar, o que seria de nós se não tivéssemos alguém ali para nos amparar. A confiança é fundamental para darmos o primeiro passo.
            Através dos jogos teatrais realizados durante nossas aulas, aos poucos fui percebendo que algo estava mudando, não apenas o meu modo de pensar, mas também o modo de agir, pude desenvolver uma nova postura em relação aos medos e anseios que meu corpo e minha mente involuntariamente me faziam sentir, como sensações que gostaria de experimentar, mais ficavam oprimidas por um medo inexplicável de enfrentar uma experiência nova, uma trava interior não me permitia fazer algo que talvez por um pré-julgamento, considerava ser algo difícil, e até desnecessário , esse pensamento pessimista, além de oprimir o corpo, oprime a mente de tentar se libertar de ideologias formadas que absorvemos durante nossa vida.
            As aulas de teatro me fizeram ter uma nova percepção do sentido dos jogos teatrais e do teatro em nossas vidas. Tanto aqui na LEdoC como em nossa comunidade, o importante é deixar a arte se expressar em você mesmo, e usar a arte como instrumento de luta e de voz ativa de um povo que não aguenta mais viver situações de opressão. O teatro nos motiva a expressar o que sentimos, a desautomatizar o nosso corpo, é uma forma de comunicação que pode falar mais que a nossa própria fala.

“Apenas quando somos instruídos pela realidade é que podemos mudá-la”. (Bertolt Brecht).

Raquel Costa Oliveira

terça-feira, 5 de novembro de 2013

Seminário Conexões III – Novos Horizontes de Mobilização Social




O grupo de pesquisa Modos de Produção e Antagonismos Sociais e o Curso de Residência Agrária: Matrizes Produtivas da Vida no Campo promovem o Seminário Conexões III: Novos Horizontes de Mobilização Social, a ser realizado no campus de Planaltina, da Universidade de Brasília (UnB), Distrito Federal, durante os dias 02 e 03 de dezembro de 2013.

Mais informações em:
http://modosdeproducao.wordpress.com/2013/11/05/chamada-publica-participe-do-seminario-conexoes-iii/

Protocolo: Teatro Político Dialético - Nivaldo Bento de Araújo


Protocolo: Teatro Político Dialético

Por Nivaldo Bento de Araújo, Turma 5 da LEdoC/UnB


   O teatro político tem a finalidade de expor os problemas da sociedade de forma que promova reflexão ao seu público. Neste tipo de teatro o que menos importa é a fantasia das peças de teatro convencional, pois para o teatro político a promoção de debates e reflexão sobre os problemas e conflitos é mais importante, até mesmo porque este tipo de teatro deve ser um instrumento de reivindicação dos direitos da classe oprimida.

    O teatro dialético é um teatro que trabalha com as contradições, uma vez em que ele trata da realidade, esta realidade é apresentada de forma que foge do modelo padrão de se produzir teatro, pois um personagem que seja vilão pode se tornar o mocinho da historia em um mesmo período de tempo. Este fato é devido a várias tentativas de criação de um teatro que trate das contradições da sociedade de forma que promova uma reflexão mais apurada dos problemas apresentados nas peças.

    A peça de “O Patrão Cordial”, apresentada pela Companhia do Latão, é um ótimo exemplo de peça dialética, pois durante toda a apresentação são encontradas diversas contradições, entre ricos e pobres, e entre as classes sociais. A peça mostra que os ricos, mesmo tendo dinheiro, não são felizes, e ao mesmo tempo mostra que o pobre é feliz tendo apenas o básico. Um detalhe que é bastante curioso é que alguns dos personagens fazem o papel de opressor e de oprimido, isto tira o vilão um pouco de cena, mas não tira a seriedade do problema apresentado na peça, pois o teatro dialético sugere a representação da realidade de uma forma contrária à da aparente realidade.


Planaltina, novembro de 2013.

segunda-feira, 28 de outubro de 2013

Arte Cultura em Movimento (Virgilândia)

Arte e Cultura em Movimento, coletivo de teatro do assentamento Virgilândia, localizado no município de Formosa, que existe desde 2010 e envolve estudantes das turmas 2, 3, 4 e 5 da LEdoC, além de muitos estudantes do ensino médio.



6º Encontro Brasileiro de Educação e Marxismo (UFG)


6º Encontro Brasileiro de Educação e Marxismo (UFG)


6º Encontro Brasileiro de Educação e Marxismo (UFG)
Peça de Teatro Fórum "Luta pela Sobrevivência"


6º Encontro Brasileiro de Educação e Marxismo (UFG)


1º Encontro Nacional do Movimento de Luta pela Terra (MLT) – Formosa/GO


1º Encontro Nacional do Movimento de Luta pela Terra (MLT) – Formosa/GO


1º Encontro Nacional do Movimento de Luta pela Terra (MLT) – Formosa/GO





sábado, 26 de outubro de 2013

Protocolo sobre jogos teatrais e a função do teatro - Selma de Almeida Bernardes

Protocolo sobre jogos teatrais e a função do teatro.
Por Selma de Almeida Bernardes
Localidade: Comunidade do Sertão de Alto Paraíso - GO
Turma 5 Zumbi dos Palmares/Ledoc

Segundo Augusto Boal, são variadas as funções dos jogos teatrais. Até o momento trabalhamos com Andando pelo espaço, Memória dos gestos, Jogo do foco, Batizado Mineiro, Hipnotismo Colombiano, Homenagem a Magrith, Fotografia Dinamarquesa, entre outros. São ferramentas pedagógicas importantíssimas para refletirmos sobre os acontecimentos, no dia a dia, de pessoas de vulnerabilidade educacional ou por outros motivos que se encontrem submetidas às imposições do sistema vigente, como: exploração e desvalorização da mulher, prostituição, falta de politicas públicas para a educação do Campo, desvalorização da agricultura familiar, falta de educação, saúde, moradia, alimento, entre tantos outros fatores.
            E no teatro aprendemos a falar, desautomatizar o corpo, perder o medo da aparência, se colocar quanto o teu espaço e do opressor, ser articulador, saber intervir na hora certa, olhar no olho, conhecer o terreno do outro, ou perder o receio só porque o adversário chega de terno e gravata falando grosso, de carro importado, e citando leis, ou dizendo em voz alta “Eu sou a lei!”.

            Com o trabalho do teatro vamos nos fortalecer com uma arma pedagógica poderosa e transmitir para os alunos de nossas comunidades, cidades, Brasil... E assim seguem os semeadores, contra as opressões de norte a sul, de leste a oeste.

Sobre os protocolos dos estudantes de Teatro da Ledoc - Rafael Villas Bôas

Sobre os protocolos dos estudantes de Teatro da Ledoc

            Nas disciplinas de teatro da Licenciatura em Educação do Campo adotamos a prática de reflexão do processo de trabalho por meio do protocolo, sistema adotado em alguns coletivos de teatro (consta que Brecht teria adotado com frequência esse método com seus elencos).
            Da maneira como trabalhamos, após cada aula ou ensaio, os estudantes podem refletir sobre alguma questão do processo em andamento e no ensaio seguinte iniciamos os trabalhos com a leitura dos protocolos e com a retomada de debates suscitados no trabalho do ensaio ou aula anterior. É uma forma de aquecimento intelectual do elenco, e instiga cada integrante do grupo a manter a observação atenta para todos os aspectos do trabalho, seja a dimensão da práxis, seja o âmbito das relações sociais entre o coletivo, seja a dimensão da eficácia estética do processo, por meio da formalização teatral das contradições, tomadas como objeto de análise.
            Buscamos com essa prática instigar os estudantes das turmas de teatro e os integrantes dos grupos do Terra em Cena a adquirir disciplina de sistematização e elaboração intelectual sobre o trabalho coletivo realizado. A despeito da forma do protocolo ser livre, deixamos claro aos participantes a diferença entre o simples registro de aulas e ensaios, ou a memória do processo, do protocolo, que implica necessariamente no aprofundamento da reflexão sobre um dos vários aspectos levantados pelo processo.
            O protocolo de Nivaldo publicado no blog inaugura a participação da turma 5, Zumbi dos Palmares, no blog do Terra em Cena, e esperamos que a partir desse incentivo, seja cada vez mais frequente que os demais estudantes e integrantes dos coletivos escrevam com as perspectiva de socializar suas reflexões.
            Nivaldo é integrante do grupo Arte e Cultura em Movimento, grupo de teatro do assentamento Virgilândia, localizado no município de Formosa, que existe desde 2010, e envolve estudantes das turmas 2, 3, 4 e 5 da Ledoc, além de muitos estudantes do ensino médio. A experiência teatral de Nivaldo começa, portanto, antes dele ingressar a área de Linguagens da Ledoc. Apenas nesse ano ele acompanhou o grupo em três atividades importantes de apresentação da peça de Teatro Fórum “Luta pela sobrevivência”, a mostra Terra em Cena e na Tela, na Faculdade UnB Planaltina, de 13 a 16 de agosto, na apresentação que o grupo fez no VI Encontro Brasileiro de Educação e Marxismo (EBEM) na UFG, em Goiânia, no dia 28 de agosto, e na apresentação ocorrida no 1º Encontro Nacional do Movimento de Luta pela Terra (MLT), em Formosa, no início de setembro.

Prof. Rafael Villas Bôas

Da coordenação do Terra em Cena

Protocolo: A importância dos jogos para a prática teatral - Nivaldo Araújo

            Protocolo: A importância dos jogos para a prática teatral

            De início, muitas pessoas possuem medo de trabalhar com teatro, isto muitas vezes pode ocorrer por vários traumas causados durante todo o processo de formação, em que na maioria das escolas o teatro é imposto de forma obrigatória. Os alunos não possuem a chance de opinar se querem ou não participar do teatro. O trabalho teatral muitas vezes é tido como algo amedrontador pelo fato de boa parte da população ser tímida, ter medo de se relacionar com outras pessoas, além do medo de se apresentar para um determinado número de espectadores.
            É por este motivo que desejo expor aqui a importância dos jogos para as praticas teatrais, pois na primeira aula de teatro que participei ficou aparente toda a importância destes jogos para a formação dos jovens alunos que irão participar pela primeira vez de uma pratica teatral. A pratica de jogos no teatro foi muito praticada por Augusto Boal, que em toda a sua vida viajou por várias partes do mundo, e pode observar e sistematizar vários tipos de jogos, sendo que ele também modificou alguns jogos que conheceu em suas viagens.
            Os jogos possuem muita importância para a formação das pessoas que são envolvidas com o teatro, pois eles ajudam no desenvolvimento da mente, na percepção dos sentidos do corpo, para o desenvolvimento da alto confiança dos indivíduos, para a flexibilidade do corpo humano, além de trabalhar com a respiração, que é fundamental par as praticas teatrais.
            Para melhor compreensão vamos apresentar aqui um jogo que é denominado como Floresta de Sons: este jogo funciona da seguinte forma, é formado uma dupla onde uma pessoa fica de olhos fechado e a outra produz um som, para que a pessoa que esta de olhos fechados siga o som do guia onde ele estiver, este jogo trabalha com a audição, auto confiança, percepção de espaço e com o desenvolvimento do cérebro, pois a pessoa tem que estar atenta para saber de onde o som esta vindo.
            Outro jogo que para mim é muito importante para a pratica teatral é o Hipnotismo Colombiano. Ele funciona da seguinte forma: uma pessoa mostra um movimento com a mão e outra pessoa ou um grupo tem que seguir os gestos feitos pela mão da pessoa. Este jogo é bastante importante, pois movimenta varias partes do corpo provocando uma desautomatização do corpo humano, algo que é fundamental para os trabalhos com o teatro.
             Outro beneficio que os jogos trazem para os trabalhos com o teatro é que eles ajudam que as pessoas percam o medo de se envolver com outras pessoas, além de trabalhar para que as pessoas possam perder o medo de se apresentar para o publico. Enfim, os jogos ajudam nas praticas teatrais em todos os momentos do processo de formação dos futuros e dos veteranos atores e atrizes, pois teatro não é apenas produzir e atuar.
Por Nivaldo Araújo
Planaltina, 23 de outubro de 2013.

segunda-feira, 12 de agosto de 2013

Mostra Terra em Cena e na Tela: mostra da produção teatral e audiovisual da Educação do Campo da UnB


A proposta da mostra Terra em cena e na tela: mostra da produção teatral e audiovisual da Educação do Campo da UnB visa convergir para uma única atividade no campus da Faculdade UnB Planaltina a culminância de dois projetos que trabalham linguagens artísticas nas comunidades rurais e quilombolas da área de abrangência da Licenciatura em Educação do Campo, visando em ambos os casos a formação de coletivos de produção em teatro e audiovisual. Trata-se do projeto “Terra em Cena” de formação de multiplicadores e de grupos de teatro, e do projeto “Formação de Educadores do Campo para o uso de Tecnologias de Informação e Comunicação, para análise e produção audiovisual e trabalho com juventude rural no Centro Oeste”, financiado por edital do Ministério das Comunicações e Secretaria Nacional de Juventude.

Visamos  fomentar a vida cultural do campus de Planaltina, como um espaço de produção artística, de reflexão política, que colabora para a circulação dos trabalhos desenvolvidos pelos grupos, e que se abre ao público do campo e da cidade possibilitando o intercâmbio de suas manifestações culturais. Visamos contribuir para a construção da FUP como um pólo regional de atividades culturais articuladas com as iniciativas de formação e educação das escolas públicas da rede do GDF, com os movimentos sociais e OnG´s que atuam nessas áreas, os grupos de teatro locais e os coletivo de produção audiovisual. 

As peças e filmes que serão apresentadas são consequência do processo de formação do curso de Licenciatura em Educação do Campo, e das ações em Tempo Comunidade desenvolvidas pelo curso, e democratizam a posição crítica da Educação do Campo da UnB em relação ao papel da universidade no fomento cultural e produtivo das comunidades rurais e quilombolas. Buscamos com esse intuito fortalecer o papel da educação popular e das formas de intervenção coletivas da UnB com os povos do campo.
Serão 4 eixos de trabalho:

a)      Apresentações dos grupos teatrais ligados ao Terra em Cena;
- Arte e Kalunga Matec (Cavalcante);
- Arte e Cultura em Movimento (Formosa);
- Consciência e Arte (Planaltina de Goiás);

b)      Exibição de  5 documentários produzidos pelos coletivos de produção audiovisual dos assentamentos e território quilombola dos Kalunga.

c) 2 mesas de debate: sobre políticas públicas para cultura e comunicação no campo brasileiro; e sobre experiências coletivas que envolvem as dimensões da cultura, da arte e da política.

d) Oficinas e mini-cursos nas linguagens teatral, audiovisual, poética e cultural.

Por fim, a mostra ocorrerá como parte da programação da primeira etapa do curso de especialização Latu Sensu "Residência Agrária: matrizes produtivas da vida no campo" (parceria que envolve o Pronera/Incra e o Cnpq).

Será um prazer recebê-los! Toda a programação é aberta, e as inscrições para as oficinas ocorrerão na noite do dia 13 e na manhã do dia 14.

Atenciosamente,
Prof. Dr. Rafael Villas Bôas
Faculdade UnB Planaltina



terça-feira, 6 de agosto de 2013

Terra em cena e na tela: Mostra da produção teatral e audiovisual da Educação do Campo da UnB





PROGRAMAÇÃO DA MOSTRA

Terra em cena e na tela:
Mostra da produção teatral e audiovisual da Educação do Campo da UnB

13/08 (terça) - Abertura oficial da Mostra
           19h30: Mística da turma do Residência Agrária
           Mesa Políticas públicas para a Cultura e Comunicação no Campo Brasileiro:
           
Coordenação: Rafael Villas Bôas (FUP/UnB)


14/08 quarta
15/08 quinta
16/08 sexta
Manhã
Mesa Arte e Política: análise de experiências e processos
(Juliana Bonassa, Julio Moreti, Revero Martins, Felipe Canova e CTO)

8h às 12h:
  Documentários:
 “Brigada de agitprop Semeadores 2003-2013” (MST);
 “O antes do agora” (MLT).

8h às 11h:
 Peça “História da luta quilombola”, do grupo Arte e Kalunga Matec e documentário “Império e as suas raízes” (Epotecampo) e debate com convidados
Tarde
14h às 16h:
 Documentário “Minha terra, minha vida” (MATR)
16h15 às 18h30:
Oficinas e mini-cursos
14 às 18h30:
 Oficinas e mini-cursos
14h às 15h:
 “Juventude rural: tradição e rupturas” (Buritis)
15 às 18h30h: oficinas e mini-cursos

Noite
20h às 22h:
 Peça “A invasão do agronegócio”, do grupo Consciência e Arte.
20h às 22h:
 Peça “Luta pela sobrevivência” do grupo Arte e Cultura, em Movimento
Sarau e apresentações culturais


Oficinas e mini-cursos: com especialistas nas técnicas, métodos e teorias que pretendemos aprofundar para ampliar a qualidade do trabalho desenvolvido nos dois projetos.


         01)   Mini-curso sobre o papel do Curinga no Teatro Fórum, com Cecília Boal (Instituto Boal);

02)   Mini-curso sobre análise da linguagem audiovisual com Felipe Canova (Brigada de Audiovisual da Via Campesina)

03)   Mini-curso sobre a relação entre práxis cultural e estratégia política (com Juliana Bonassa)

04)   Oficina básica de produção audiovisual, com Webson Dias (Cetec) e Marcelo Bizerril (FUP)

05)   Oficina de análise e produção de poemas (Janderson Silva)

06)   Oficina de teatro de agitprop (Agostinho e Rayssa, do Coletivo Terra em Cena e Brigada Semeadores do MST/DFE)

07)   Oficina de declamação de poemas (Julio Moretti)

08)   Oficina de introdução à linguagem teatral (Révero)

09) Oficina de construção de personagem (Aracy Cachoeira)



quinta-feira, 16 de maio de 2013

Coletivo Arte e Cultura em Movimento na I Semana Camponesa do CE PAD/DF


  De 13 a 15/05/2013, aconteceu no Centro Educacional PAD/DF, a I Semana Camponesa. 
 Dia 14, à noite, e dia 15, pela manhã, o Coletivo Arte e Cultura em Movimento, do Assentamento Virgilândia, apresentou a peça de Teatro Fórum "Luta pela Sobrevivência".


Visite a página da Semana Camponesa:
https://www.facebook.com/SemanaCamponesadoCEdoPADDF?ref=stream







segunda-feira, 29 de abril de 2013

Momento do Terra em Cena aos 3 anos de existência: articulação entre ensino, extensão e pesquisa


PROTOCOLO DE TRABALHO
Data: 29 de abril de 2013

Momento do Terra em Cena aos 3 anos de existência: articulação entre ensino, extensão e pesquisa

No terceiro ano do projeto Terra em Cena começamos a ter noção clara das consequências do projeto, em múltiplas dimensões.
No Ensino, pela primeira vez, com a turma 4 da Ledoc, o programa foi concebido numa dinâmica semelhante a de um coletivo de teatro político. O grupo, estuda, entra em laboratório, planeja ações, e as executa e, além disso, visita outras experiências do Terra em Cena. No dia 27 de abril a turma foi ao assentamento Gabriela Monteiro, sede da Brigada Semeadores, do MST/DFE, o grupo mais antigo do Terra em Cena, que completa uma década em 2013, e assistiu a apresentação do Trabalho de Conclusão de Curso de Adriana Fernandes, uma das integrantes da Semeadores e do Terra em Cena, formanda da turma 2 da Licenciatura em Educação do Campo da Faculdade UnB Planaltina, da UnB. O trabalho analisa exatamente essa trajetória de uma década da Brigada, pela perspectiva da formação por meio da linguagem teatral.
E, em seguida, assistiu a apresentação de um ensaio em forma de leitura dramática da peça “Juiz de Paz na Roça” pelo elenco de formadores do Terra em Cena, composto por Adriana Fernandes, Agostinho Reis, Paola Masioero, Christiane Freitas, Neuza Cezário, Rayssa Aguiar e Rafael Villas Bôas.
No âmbito da formação de grupo, temos nos surpreendido com o interesse de comunidades rurais e quilombolas do raio de abrangência da Ledoc pela demanda de formação de grupos. Recentemente, fomos surpreendidos pela informação de que o assentamento Terra Conquistada, de São João da Aliança (GO), montou um grupo, sob a coordenação de Alessandra Ferreira, da turma 2 da Ledoc, da área de Ciências da Natureza e Matemática. Nos convocam para dar suporte ao grupo e possivelmente faremos isso envolvendo as coordenadoras de um grupo vizinho, do assentamento Itaúna, chamado Consciência e Arte. Ontem um dos estudantes que mora no Assentamento Vale da Esperança, e atualmente exerce a função de diretor da escola do campo de lá entrou em contato informando que eles montaram um projeto de teatro para trabalhar com duas comunidades, a do assentamento Vale da Esperança, e a do assentamento Palmeiras, em que também temos estudantes da Ledoc.
Nos dias 04 e 05 de abril um grupo de cinco formadores do Terra em Cena esteve na Comunidade Engenho II, do Quilombo dos Kalunga, em Cavalcante (GO) e lá ministrou oficina para sessenta pessoas, envolvendo o grupo já formado Arte e Kalunga Matec, integrantes da comunidade do Prata já com a deliberação de iniciar a formação de novo grupo por meio da oficina, e professores de ensino fundamental e médio da escola da comunidade Engenho II. Nessa ocasião pudemos constatar o acerto de nossa opção de reconfiguração do foco do projeto, ao investir mais tempo na formação e consolidação dos grupos nas comunidades do que nos ensaios do elenco central. A oficina foi ministrada por três grupos, cada qual responsável por vinte pessoas, o que garantiu trabalho de qualidade e simultâneo nas três frentes, e nos mostrou que com a formatura da turma 2 já temos uma quantidade considerável de integrantes que adquiriram segurança com a linguagem para o ensino das técnicas, dos jogos e exercícios teatrais.
A Associação Epotecampo, criada pelos estudantes da Ledoc que moram no território do quilombo dos Kalunga, e que já reúne mais de sessenta estudantes, conta com a linguagem teatral como um dos pilares de formação e organização social de atuação da Epotecampo junto as diversas comunidades do território quilombola. Está prevista para acontecer entre junho e agosto uma oficina com o intuito de formação de grupos nas comunidades do Vão de Almas, do Vão de Moleque, além da consolidação do grupo do Prata e da criação de um grupo em Cavalcante, com os estudantes da Ledoc que moram na ou próximos à cidade.
Por mais que tenhamos procurado nos desvencilhar do trabalho com o elenco do Terra em Cena, o esforço concentrado de ensaios para gravarmos para rádio a peça Juiz de Paz na Roça, de Martins Pena (compromisso firmado no ano passado com projeto de Edital universal do Cnpq coordenado pelo professor André Luis Gomes), tem nos levado a novas situações de apresentação como elenco. Decidimos nos apresentar no dia 27 para a turma 4 da Ledoc, para os integrantes da oficina de Teatro do Acampamento Nacional Hugo Chavez, coordenada por Agostinho Reis, e para a militância da Brigada Índio Galdino do MST/DFE, para testar com público presente, nossos ensaios para rádio da peça.
Pelos depoimentos posteriores, me surpreendi particularmente pelo fato da peça escrita na primeira metade do século XIX ainda manter poder de explicitação de contradições da experiência brasileira contemporânea, sobretudo, a respeito da arbitrariedade dos detentores da ordem e o desamparo dos que não a tem garantida, a despeito da lei. Não apenas a estrutura da sociedade brasileira não mudou como também a conjuntura é marcada pelo protagonismo do poder judiciário como flanco de ataque do poder conservador nacional. Há muitas discussões a serem feitas a partir da peça: a questão da atualidade do esquema da dialética da ordem e desordem como traço estrutural da sociedade brasileira, tal qual identificou Antonio Candido no ensaio “Dialética da Malandragem”, ao analisar o romance “Memórias de um sargento de milícias”; a aparição da questão agrária numa peça da primeira metade do século XIX, em contexto de consolidação das fronteiras nacionais, na base de guerras, exploração do trabalho escravo e poder monárquico; a dialética do arcaico e moderno expressa na relação entre roça e corte como espaços antes complementares que antagônicos, etc.
Com a possível montagem da peça entrando em pauta temos sido coerentes com nossa avaliação de que nos faltava contato com a dramaturgia consolidada no Brasil. Por essa perspectiva há um amplo trajeto a ser percorrido, pela trilha que os dramaturgos que abordaram a questão agrária brasileira deixaram para nós: “O escravocrata” (1884), de Artur Azevedo e Urbano Duarte, “O Semeador” (peça do teatro anarquista brasileiro da primeira década do século XX, “A moratória” (1955), de Jorge Andrade, “Mutirão em Novo Sol” (1961) de Boal, Nelson Xavier, entre outros, “Quatro quadras de terra” (1962) e “Os Azeredo mais os Benevides” (1963) de Vianinha.
Caso levemos adiante essa perspectiva de trabalho, que implica num processo de estudo da dramaturgia das peças, de contato com o texto por meio da leitura dramática, e de discussão e elaboração de formas de interpretação e encenação dos textos, temos pela frente um método coletivo de trabalho que nos dará condição de qualificação nas diversas frentes de trabalho da linguagem teatral.
No âmbito da pesquisa e extensão, podemos constatar que há convergências entre a produção teórica, com a presença das questões nas aulas de teatro da Ledoc e nas pesquisas de TCC e a ação em comunidade por meio do trabalho dos grupos. Pretendemos neste ano realizar em setembro uma mostra da produção teatral e audiovisual dos grupos, com ao menos quatro peças e seis documentários, e trabalhar de forma mais sistemática com a produção das peças dos grupos que fazem parte do Terra em Cena, no aspecto da dramaturgia, interpretação e cenografia. E, pretendemos ampliar o trabalho da pesquisa por meio do ProiC, das pesquisas de TCC, e da especialização em Residência Agrária, com as pesquisas do eixo de Cultura, Comunicação e Arte.
Por fim, há desafios de diversas esferas que devemos ter em mente e buscar meios de resolução:
- no ensino da Ledoc, garantir na revisão do PPP do curso que a linguagem teatral possa ter presença ao menos em quatro semestres, como ocorre com Linguística e Literatura, pois o volume de questões a serem trabalhadas (conhecimento básico da história do teatro mundial e brasileiro, domínio de técnicas, exercícios e jogos teatrais, noção de interpretação e encenação teatral, e trabalho com dramaturgia e crítica teatral) não cabe em apenas dois semestres;
- na articulação dos grupos do Terra em Cena, amadurecer coletivamente a compreensão de que é responsabilidade do Estado subsidiar a produção cultural, com a formulação de políticas públicas concretas. Há no Brasil algumas experiências relativamente bem sucedidadas, mas no caso do campo, não há nenhuma diretriz federal, sequer dos estados e municípios que seja voltado para esse segmento. Temos que avançar na formulação das propostas e cobrança por suas implementações;
- na articulação com a Pedagogia da Alternância, aprofundar a articulação do trabalho teatral com o planejamento pautado pelos eixos estratégicos de atuação nas comunidades e escolas, fortalecendo o diálogo com a direção dos diversos movimentos do campo e associações;
- criar condições logísticas para que os grupos circulem entre as comunidades, apresentando suas peças, ministrando oficinas, fazendo seminários, e fortalecendo essa rede de produção teatral do campo e com os grupos urbanos interessados nesse intercâmbio de experiências;
- ampliar os canais de diálogo com as demais linguagens artísticas (música, literatura e artes plásticas) tal como estamos fazendo no trabalho articulado com a linguagem audiovisual em algumas comunidades;
- manter permanentemente projeto de formação dos multiplicadores, com focos no trabalho coletivo teatral, na realização de estudos e apresentações como elenco, e na produção de pesquisas sobre as diversas frentes implementadas.

Conforme combinamos há dois anos, nosso planejamento conjunto vai até, no mínimo, o ano de 2017. Depois reavaliamos o percurso!

Rafael Litvin Villas Bôas