INTEGRANTES

O Coletivo Terra em Cena é uma articulação de coletivos de teatro e audiovisual que atuam em comunidades da reforma agrária e quilombolas e em meio urbano. É composto por professores universitários da UnB e da UFPI, e da rede pública do DF, por estudantes das Licenciaturas em Educação do Campo da UnB e da UFPI/Campus de Bom Jesus e por militantes de movimentos sociais do campo e da cidade. O Terra em Cena se configura como programa de extensão da UnB, com projetos de extensão articulados na UnB e na UFPI, e como grupo de pesquisa cadastrado no diretório de grupos do Cnpq. Um dos projetos é a Escola de Teatro Político e Vídeo Popular do DF (ETPVP-DF) que integra a Rede de Escolas de Teatro e Vídeo Político e Popular Nuestra America.

terça-feira, 7 de fevereiro de 2017

Programa Revoluções - Ep. Piloto - Ocupações

Episódio piloto do programa Revoluções, realizado pelo Coletivo Terra em Cena (UnB Planaltina) na TV Comunitária Cidade Livre - DF, que trata das recentes ocupações de escolas e universidades, do feminismo e da luta contra a PEC 55 e o primeiro golpe de Estado que o Brasil sobre no século XXI, há 52 anos do golpe de 1964.

Mesclando formato documental com linguagens artísticas, o programa faz uma cobertura das lutas sociais travadas atualmente no país, buscando um enfoque estrutural das questões, para além das emergências impostas pela conjuntura atropelada que se instalou no Brasil desde o golpe de Estado.

Em face à conjuntura regressiva, Revoluções busca identificar nas contradições da luta a emergência potencial de uma nova cultura política, capaz de se contrapor à crise do capitalismo. Recolocar em pauta a questão da Revolução será um dos objetivos do programa, para além do enquadre nacional, abordando as experiências revolucionárias que insurgiram no século XX.

Por fim, a intenção de nosso coletivo é organizar uma rede de colaboradores, envolvendo coletivos teatrais e de produção audiovisual, movimentos sociais, grupos de pesquisa, conforme dinâmica da Rede Teatro e Sociedade, que o Terra em Cena integra. O formato do programa está em construção, por isso agradecemos pelos retornos, pelas críticas e sugestões.

Nesse primeiro programa contamos com a colaboração de dois coletivos, a Frente Palavras Rebeldes do MST e o Coletivo Calcanhar de Aquiles, de Brasília. Agradecemos pela colaborações.

Fortes abraços!
Coletivo Terra em Cena

Seminário discute Juventude, Comunicação e Cultura no atual cenário político





http://www.mst.org.br/2016/12/10/seminario-discute-juventude-comunicacao-e-cultura-no-atual-cenario-politico.html

Agitprop: ao final de 2016 entra em cena a Brigada Fidel Castro Ruz do MST

O dia 07 de dezembro de 2016 marca a entrada na cena política e cultural  da capital do país da Brigada de agitação e propaganda Fidel Castro Ruz do MST do Distrito Federal e Entorno.
O novo coletivo de agitação e propaganda apresentou a peça “A luta de box do camponês contra  agronegócio” no Encontro dos Amigos do MST, que reuniu no Albergue da Juventude, em Brasília,  cerca de trezentas pessoas, entre militantes de movimentos sociais do campo e da cidade, parlamentares, membros da esquerda partidária e estudantes e professores universitários.
Formada por estudantes universitários, do ensino médio e por camponeses militantes de movimentos sociais, e coordenada por militantes que integravam a Brigada de Agitprop Semeadores do MST/DFE (2003-2013), o coletivo da Brigada Fidel decide vir à público recuperando do repertório do teatro de agitprop brasileiro uma peça que foi criada por diversos coletivos, dentre eles a Brigada Semeadores do MST/DFE e o Coletivo Peça pro Povo, do MST/RS.
A luta de box, que estabelece um confronto de posições de classe antagônicas, sob a forma cômica de um enfrentamento físico, foi incorporada pelo agitprop brasileiro pelos grupos que integravam a Brigada Nacional de Teatro do MST Patativa do Assaré, que adaptaram a estrutura para a representação didática do confronto entre dois modos de produção:  agronegócio X reforma agrária e agricultura camponesa.
Além da presença dos lutadores e do juiz, personagem corrupto que pende sempre para a direita, foram acrescidos coros – as vozes coletivas que trazem os dados que o coletivo informa ao público – no desencadear de cada golpe dos lutadores.
Na Marcha pela Reforma Agrária, Justiça Social e Soberania Alimentar, de Goiânia à Brasília, realizada em 2005, realizada durante dezessete dias, com mais de doze mil pessoas, a peça era apresentada por seis grupos da Brigada Nacional de Teatro do MST Patativa do Assaré.  Ao mesmo tempo, os coletivos se espalhavam percorrendo as tendas que abrigavam os milhares de marchantes, e no dia da chegada da marcha em Brasília, uma versão ampliada da peça, com bonecos gigantes e grandes coros, foi apresentada no Teatro Procissão “A história da luta pela terra contada pelos camponeses”.
Batizada com o nome do comandante da Revolução Cubana, e surgindo na conjuntura do primeiro golpe de Estado desfechado pela direita brasileira no século XXI, que marca o rompimento do pacto de conciliação de classes com que a esquerda partidária governou por mais de doze anos o país, fica a expectativa que a Brigada possa ter vida longa e colaborar de modo produtivo para o soerguimento de um novo período histórico, marcado por lutas radicais que recoloquem em pauta a questão da Revolução.
Para isso, será importante que a Brigada Fidel Castro aprenda com os acertos e equívocos das brigadas anteriores, e preserve a disciplina para o estudo, os valores socialistas, a audácia, a permanente capacidade de treinamento e qualificação técnica para ampliar de modo constante seu repertório tático.
Mas, para além do acerto interno ao coletivo, será necessário que as diversas forças de esquerda compreendam que no novo ciclo histórico que se abre a articulação entre cultura, política e formação não poderá mais ser uma força secundária, diante da opção prioritária pelo marketing como forma reificada de contato com a classe trabalhadora.
            Nos contextos e países em que os coletivos de agitprop vigoraram com protagonismo na luta política as direções sindicais, partidárias e de movimentos de esquerda tinham a consciência de que era necessário se empenhar na construção de uma agenda de lutas que envolvesse as brigadas de agitprop de forma ativa, nas assembleias, nas marchas, nos processos formativos, e no debate sobre o horizonte estratégico. Garantindo condições de existência, fortalecimento e multiplicação das brigadas.
            Inspirada nos valores, na audácia combativa, e nos métodos de construção do poder popular empregados por Fidel Castro e suas companheiras e companheiros revolucionários, a Brigada Fidel nasce num momento de fortalecimento do contato do MST do Distrito Federal e Entorno com a população do campo e da cidade, por meio do circuito de feiras que será realizado em quatro cidades do DF e Entorno: Planaltina e Brazlândia (DF), Formosa (GO) e Unaí (MG).
            O momento para o surgimento da Brigada Fidel não poderia ser mais promissor, com um novo circuito não mercantil estabelecido pela juventude em luta, ocupando mais de mil escolas públicas, e mais de duzentos campi de universidades e institutos federais brasileiros, em resistência ao golpe e ao conjunto de medidas regressivas implementadas por políticos corruptos que usurparam os 54  milhões de votos que elegeram a presidenta deposta de modo ilegítimo.
Operando no contexto de potencial reascenso de massas, impulsionada pelo desemprego crescente, pelas mudanças constitucionais que regridem direitos, e pelos flancos abertos na base frágil de sustentação do governo golpista, a Brigada Fidel pode encontrar farto combustível para o emprego de suas táticas de intervenção, se for capaz de articular formação e organização social por meio do fortalecimento da cultura política da classe trabalhadora.


Professor Rafael Villas Bôas
Campus de Planaltina da UnB
Integrante do Coletivo Terra em Cena