INTEGRANTES

O Coletivo Terra em Cena é uma articulação de coletivos de teatro e audiovisual que atuam em comunidades da reforma agrária e quilombolas e em meio urbano. É composto por professores universitários da UnB e da UFPI, e da rede pública do DF, por estudantes das Licenciaturas em Educação do Campo da UnB e da UFPI/Campus de Bom Jesus e por militantes de movimentos sociais do campo e da cidade. O Terra em Cena se configura como programa de extensão da UnB, com projetos de extensão articulados na UnB e na UFPI, e como grupo de pesquisa cadastrado no diretório de grupos do Cnpq. Um dos projetos é a Escola de Teatro Político e Vídeo Popular do DF (ETPVP-DF) que integra a Rede de Escolas de Teatro e Vídeo Político e Popular Nuestra America.

segunda-feira, 25 de novembro de 2013

Aulas de artes e teatro, seu potencial e uso nas escolas - Protocolo de Nivaldo Bento de Araujo Junior


Universidade de Brasília - UNB
Faculdade UNB Planaltina - FUP
Licenciatura em Educação Campo - LEdoC
Professor: Rafael Litvin
Estudante: Nivaldo Bento de Araujo Junior
Matricula: 110176596
Turma: 05
Território: Assentamento Virgilândia


Aulas de artes e teatro, seu potencial e uso nas escolas.

As aulas de artes nas escolas são trabalhadas de forma que não possibilitam a escolha e a interação dos alunos com as atividades. O tempo das aulas é de quarenta e cinco minutos, um tempo que não possibilita o desenvolvimento de outras atividades mais elaboradas e duradouras, como o teatro.

O teatro é trabalhado nas escolas de forma muito desorganizada, não permite que os alunos tenham interesse em participar das práticas teatrais. O teatro nas escolas é trabalhado às pressas e as peças produzidas promovem constrangimento nos alunos, pois nunca é desenvolvido um trabalho de confiança e concentração entre os alunos.

Além disso, as peças não promovem nenhuma reflexão crítica dos problemas vividos pelos estudantes. O enredo das peças trabalhadas nas escolas, na maioria das vezes, representa apenas a futilidade das pessoas, reproduz preconceitos, raciais, de classes e de opção sexual.

Por estes motivos, e também por muitas vezes os estudantes serem tímidos e não se sentirem a vontade para interpretar as peças teatrais, ocorre que alguns estudantes se recusam a se envolver com o teatro. Uma atitude que deveria ser normal aos olhos dos professores e colegas de sala de aula, uma vez que não se tem nenhuma atividade que os deixe a vontade para as atividades com o teatro, nenhum exercício que trabalhe com a auto confiança dos alunos e que deixe os mais a confiantes para interpretar as peças.

O que acontece quando um aluno se recusa a participar de alguma peça teatral é a vaia dos alunos e as ameaças do professor, onde a primeira atitude que ele toma é dizer que o estudante irá ficar sem nota e vai reprovar. Esta atitude força o estudante a participar, mesmo contra a sua vontade, da atividade teatral. Este é um fato que certamente deixa os estudantes traumatizados com o teatro para toda a vida.

Para que as práticas teatrais não traumatizem os estudantes tem que haver um trabalho que desenvolva a confiança dos estudantes, que trabalhe a vergonha e a timidez de certos alunos, para que só então se dê início as práticas teatrais, uma vez que as mesmas devem ser trabalhadas de forma que os alunos não se sintam constrangidos a se apresentar para um determinado grupo de pessoas.

O teatro tem que envolver as pessoas de forma que elas se sintam à vontade para participar do magnífico mundo da dramaturgia, além de se sentirem úteis. Uma forma do teatro ser trabalhado nas escolas e ser útil para a própria escola é o teatro político, pois ele dá a oportunidade das pessoas trabalharem com os problemas vividos por eles.

As aulas de artes e o teatro trabalhado nas escolas devem deixar de ser um aparelho de dominação. Por meio do teatro político os professores possuem o poder de desenvolver uma visão crítica nos estudantes, para que a escola e os estudantes utilizem o teatro político dialético para promover reflexões e debates nas comunidades, pois uma comunidade que conheça seus problemas e tenha consciente dos seus direitos é capaz de promover revolução nos diversos espaços.

As aulas de teatro nas escolas não possuem o espaço que merecem e muito menos são trabalhadas da forma certa. Este é um grande desafio a ser enfrentado nas escolas, mas o teatro político talvez seja a única solução para resolver o problema, desde que desenvolva a visão crítica dos alunos, a percepção de mundo para que os estudantes por meio da arte sejam capazes de lutar contra o aparelho de dominação que é estabelecido nas escolas.



Planaltina, 19 de novembro de 2013

quinta-feira, 21 de novembro de 2013

Sobre o sentido do trabalho teatral: dos jogos ao planejamento de aulas (Protocolo de Altobeli Gonçalves de Jesus)

Universidade de Brasília- UnB
Faculdade UNB Planaltina- FUP
LEdoC- Licenciatura em Educação do Campo
Disciplina: Arte e Sociedade - Teatro I
Educando: Altobeli Gonçalves de Jesus
Turma: V – Zumbi dos Palmares
Data: 14/11/2013

Sobre o sentido do trabalho teatral: dos jogos ao planejamento de aulas

      Nas duas últimas aulas de teatro foi dada uma ênfase maior nos jogos e no planejamento de aulas. O objetivo é nos dar segurança para que levemos as experiências adquiridas em tempo universidade para as salas de aulas onde muitos atuam como professores. E quem não é professor pode utilizar as técnicas quando entrar em sala, como estagiários. 
      A pessoa que se propõe a fazer teatro político necessita de disciplina para realizar os rituais exigidos pelo teatro, que são os exercícios físicos e as leituras para compreender e dominar os conceitos e categorias que envolvem o conhecimento humano. Requisitos que a equipe que se desafia a fazer teatro político precisa possuir.
    O teatro é construído pelo trabalho coletivo, coordenação, espírito de equipe, superação de preconceitos, unindo os talentos individuais para alcançar o mesmo objetivo, que é a superação de seus próprios limites como pessoa, a timidez, dificuldade de se apresentar para outras pessoas.
       Nesse ponto os jogos entram e contribuem para que a pessoa se solte, conhecendo o seu próprio corpo e revelando suas habilidades, que pode não ser de falar em público ou debater a peça apresentada, mas no momento que começa o jogo ele se destaca sendo o mais participativo, o mais engraçado.
        Através desse movimento de diálogo com a realidade, identifica os problemas e não vê a consequência como causa, por exemplo: “o auto índice de violência, que é gerado por falta de formação escolar e oportunidade, e não exclusivamente que a pessoa é violenta”. O teatro trabalha como meio para a transformação ideológica das pessoas, preservação da cultura local, e exposição da cultura no raio de atuação do grupo. E proporcionando momentos inesquecíveis que dão significado infinito para a existência finita do homem.
        Os estudantes se desafiaram na elaboração de um plano de aula com jogos e teoria, tendo coerência na sequência dos jogos, e com objetivo de acumulação e superação de limites. Desafiando-nos a pensar e agir como professores e a refletir sobre as dificuldades que este trabalho implica, no fazer a leitura da comunidade, do município, do país e do mundo e levar as questões para a sala de aula, de forma dialética.

Altobeli Gonçalves de Jesus



sábado, 16 de novembro de 2013

Protocolo – Raquel Costa Oliveira

Protocolo I – Raquel Costa Oliveira
LEdoC - Turma 5  Cavalcante- GO

            O trabalho teatral desenvolvido durante as aulas de teatro da LEdoC, possibilitou observar atitudes, experimentar novas sensações, sentir emoções, além de ajudar a adquirir e mudar posturas, tanto corporais, como ideológicas.
            Para uma boa desenvoltura nos exercícios, a desautomatização do corpo é essencial, é preciso também perder certos medos que nunca temos coragem de enfrentar ou consideramos sem importância, como andar de olhos fechados, jogar o seu corpo e esperar que alguém te segure, são situações que geram medo e insegurança, situações essas que não nos deparamos no nosso dia a dia, mas que nos fazem refletir como seria não enxergar, o que seria de nós se não tivéssemos alguém ali para nos amparar. A confiança é fundamental para darmos o primeiro passo.
            Através dos jogos teatrais realizados durante nossas aulas, aos poucos fui percebendo que algo estava mudando, não apenas o meu modo de pensar, mas também o modo de agir, pude desenvolver uma nova postura em relação aos medos e anseios que meu corpo e minha mente involuntariamente me faziam sentir, como sensações que gostaria de experimentar, mais ficavam oprimidas por um medo inexplicável de enfrentar uma experiência nova, uma trava interior não me permitia fazer algo que talvez por um pré-julgamento, considerava ser algo difícil, e até desnecessário , esse pensamento pessimista, além de oprimir o corpo, oprime a mente de tentar se libertar de ideologias formadas que absorvemos durante nossa vida.
            As aulas de teatro me fizeram ter uma nova percepção do sentido dos jogos teatrais e do teatro em nossas vidas. Tanto aqui na LEdoC como em nossa comunidade, o importante é deixar a arte se expressar em você mesmo, e usar a arte como instrumento de luta e de voz ativa de um povo que não aguenta mais viver situações de opressão. O teatro nos motiva a expressar o que sentimos, a desautomatizar o nosso corpo, é uma forma de comunicação que pode falar mais que a nossa própria fala.

“Apenas quando somos instruídos pela realidade é que podemos mudá-la”. (Bertolt Brecht).

Raquel Costa Oliveira

terça-feira, 5 de novembro de 2013

Seminário Conexões III – Novos Horizontes de Mobilização Social




O grupo de pesquisa Modos de Produção e Antagonismos Sociais e o Curso de Residência Agrária: Matrizes Produtivas da Vida no Campo promovem o Seminário Conexões III: Novos Horizontes de Mobilização Social, a ser realizado no campus de Planaltina, da Universidade de Brasília (UnB), Distrito Federal, durante os dias 02 e 03 de dezembro de 2013.

Mais informações em:
http://modosdeproducao.wordpress.com/2013/11/05/chamada-publica-participe-do-seminario-conexoes-iii/

Protocolo: Teatro Político Dialético - Nivaldo Bento de Araújo


Protocolo: Teatro Político Dialético

Por Nivaldo Bento de Araújo, Turma 5 da LEdoC/UnB


   O teatro político tem a finalidade de expor os problemas da sociedade de forma que promova reflexão ao seu público. Neste tipo de teatro o que menos importa é a fantasia das peças de teatro convencional, pois para o teatro político a promoção de debates e reflexão sobre os problemas e conflitos é mais importante, até mesmo porque este tipo de teatro deve ser um instrumento de reivindicação dos direitos da classe oprimida.

    O teatro dialético é um teatro que trabalha com as contradições, uma vez em que ele trata da realidade, esta realidade é apresentada de forma que foge do modelo padrão de se produzir teatro, pois um personagem que seja vilão pode se tornar o mocinho da historia em um mesmo período de tempo. Este fato é devido a várias tentativas de criação de um teatro que trate das contradições da sociedade de forma que promova uma reflexão mais apurada dos problemas apresentados nas peças.

    A peça de “O Patrão Cordial”, apresentada pela Companhia do Latão, é um ótimo exemplo de peça dialética, pois durante toda a apresentação são encontradas diversas contradições, entre ricos e pobres, e entre as classes sociais. A peça mostra que os ricos, mesmo tendo dinheiro, não são felizes, e ao mesmo tempo mostra que o pobre é feliz tendo apenas o básico. Um detalhe que é bastante curioso é que alguns dos personagens fazem o papel de opressor e de oprimido, isto tira o vilão um pouco de cena, mas não tira a seriedade do problema apresentado na peça, pois o teatro dialético sugere a representação da realidade de uma forma contrária à da aparente realidade.


Planaltina, novembro de 2013.