INTEGRANTES

O Coletivo Terra em Cena é uma articulação de coletivos de teatro e audiovisual que atuam em comunidades da reforma agrária e quilombolas e em meio urbano. É composto por professores universitários da UnB e da UFPI, e da rede pública do DF, por estudantes das Licenciaturas em Educação do Campo da UnB e da UFPI/Campus de Bom Jesus e por militantes de movimentos sociais do campo e da cidade. O Terra em Cena se configura como programa de extensão da UnB, com projetos de extensão articulados na UnB e na UFPI, e como grupo de pesquisa cadastrado no diretório de grupos do Cnpq. Um dos projetos é a Escola de Teatro Político e Vídeo Popular do DF (ETPVP-DF) que integra a Rede de Escolas de Teatro e Vídeo Político e Popular Nuestra America.

sexta-feira, 23 de fevereiro de 2024

V MOSTRA TERRA EM CENA EM TELA: comentários sobre a oficina de Muralismo e as peças dos grupos Kalunga

 


Nos dias 13,14, e 15 de novembro de 2023, a Universidade de Brasília sediou a V Mostra Terra em Cena e na Tela, que tinha em sua programação encontros de grupos teatrais, cine debates, filmes, oficinas, dentre elas a que participei: a oficina de Muralismo coordenada pelos professores Ofélia Ortega e Ricardo Keferaus da UFVJM. Ocorreu também o lançamento do livro: “ Cultura política: narrativas da Escola de Teatro Político e Vídeo Popular do Distrito Federal”.

    No primeiro dia da oficina que participei, os professores nos explicaram sobre o muralismo, compreendi que esses murais são expostos em espaços públicos onde todos possam ver, é como uma maneira de arte democrática, levando a arte para fora das galerias e para a vida das pessoas é um estilo de arte que utiliza grandes murais para contar histórias ou transmitir mensagens políticas e culturais. 

     Os professores solicitaram que explicássemos com nossas palavras o que sabíamos sobre pintura e se tinha algo que queríamos transformar em um mural. No segundo dia, depois de coletar todas as ideias, colocamos a mão na massa, fizemos um rascunho de dois desenhos, o primeiro foi uma paisagem de resistência, com uma mulher dançando Sussa, inspirado em uma fotografia da comunidade de uma estudante (Vão de Almas), no segundo mural com o mesmo tema, desenhamos um punho fechado saindo do tambor que simboliza a resistência do povo Kalunga.



Essa experiência foi muito divertida e importante para mim, desde então percebi que a minha comunidade precisa conhecer essa arte, pois através dela também podemos resistir e lutar, apesar de parecer ser algo de “outra realidade” é uma maneira de deixar a história de luta e a nossa cultura registrada.

     Outro evento que mexeu muito comigo, foi a peça do coletivo Jiquitaias, principalmente por ser o grupo da minha região, e que apesar de ser composto por meninas, transmite uma força e uma energia contagiante. Foi lindo de ver elas retratando algo que, infelizmente, está sendo a realidade de muitas escolas Kalunga, principalmente a delas. São jovens que falam com muita maturidade sobre algo de “gente grande” discutir, isso mostra o quanto elas estão atentas aos fatos e acontecimentos locais.  

A peça do coletivo Vozes do Sertão Lutando por Transformação (VSLT) “ Povo que luta” me emocionou muito, pude ver na personagem da vó, a minha própria vozinha, no jeito de falar e principalmente nas reclamações de dor no corpo. Foi uma peça curta, leve e tranquila de se ver e que, na minha opinião, deve ser apresentada nas escolas e, principalmente, nas reuniões da comunidade.

      A disciplina foi muito importante, pois, trouxe uma valorização cultural, política e ancestral das comunidades, realçando a importância de se discutir as políticas públicas voltadas para o povo camponês, em especial na área da educação, que é de suma importância.


Protocolo de Leilyane Maia Moreira  



                                                  



                              

      







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