INTEGRANTES

O Coletivo Terra em Cena é uma articulação de coletivos de teatro e audiovisual que atuam em comunidades da reforma agrária e quilombolas e em meio urbano. É composto por professores universitários da UnB e da UFPI, e da rede pública do DF, por estudantes das Licenciaturas em Educação do Campo da UnB e da UFPI/Campus de Bom Jesus e por militantes de movimentos sociais do campo e da cidade. O Terra em Cena se configura como programa de extensão da UnB, com projetos de extensão articulados na UnB e na UFPI, e como grupo de pesquisa cadastrado no diretório de grupos do Cnpq. Um dos projetos é a Escola de Teatro Político e Vídeo Popular do DF (ETPVP-DF) que integra a Rede de Escolas de Teatro e Vídeo Político e Popular Nuestra America.

terça-feira, 21 de maio de 2024

Protocolo: Ledocênicas vai à IESGO

No dia 22 de abril fomos convidados pela professora Tállyta Abrantes, que também faz parte do grupo Ledocênicas e dá aulas no curso de Pedagogia na Faculdade IESGO, a participar de sua aula na disciplina “Educação de Jovens e Adultos”. A aula foi sobre a Educação de Jovens e Adultos e o Teatro do Oprimido. Começamos a aula com uma cena de teatro fórum, onde sentamos em cadeiras e a professora começou a aula. Durante a explicação, uma estudante fazia perguntas s algumas palavras, como “Professora, o que é práxis?”. Outros estudantes começaram a debochar e fazer comentários maldosos, como “Nossa! Como que entrou na faculdade desse jeito?”. A cena continua com outras falas e começa uma discussão entre os estudantes. A cena congela com um estudante chamando a outra de burra. A curingagem começa explicando o que é o teatro fórum. Depois, são feitas perguntas como “O que vocês conseguem ver nesta cena?” ou “Alguém já viu essa cena acontecer? É uma situação comum?”. Depois do debate, o coringa perguntou se alguém quer entrar na cena no lugar do personagem oprimido. Uma estudante entra em cena e voltamos à discussão dos estudantes. Ela traz falas como “Vocês são uns mal-educados! Não respeitam os outros.” O debate aumenta e acabamos a cena com a personagem oprimida falando “Todos nós estamos aqui para aprender!”. Com o fim da cena, debatemos algumas formas de lidar com essa situação, fazendo o exercício de nos colocarmos no lugar do outro.


Fizemos essa cena por sugestão da professora Tállyta. Ela relatou que algumas estudantes estavam inseguras em fazer perguntas, pois estavam ouvindo comentários parecidos quando se posicionavam. Nessa turma, tem estudantes em semestres diferentes, uns no começo do curso e outros no final.

Após o debate, lemos em conjunto o texto “Histórico e metodologia do teatro do oprimido” de Eliene Rocha, presente no livro “Residência Agrária UNB: Teatro Político, formação e organização social”. Com o fim da leitura, iniciamos os jogos teatrais. Começamos andando pelo espaço e trocando olhares, depois jogamos “Contar sua própria história”. A estudante e integrante do Ledocênicas Aimê Fernandes, contou um relato de quando estava para se formar no ensino médio e foi fazer a última prova do ano, com sua filha bebê. A diretora da escola barrou ela e disse que não era permitido entrar na sala com o bebê, e se ela quisesse fazer a prova, sua filha teria que ficar do lado de fora. A situação foi resolvida quando um professor interveio e permitiu que Aimê fizesse a prova. Recriamos essa situação comigo e três alunas de Pedagogia. A cena trouxe muitos debates e relatos muito emocionantes de situações parecidas, algumas que ocorreram dentro da Faculdade. Fomos pensando em formas de solucionar esses problemas e também como reagir e intervir em situações parecidas.

Jogamos “Hipnotismo Colombiano” trocando as duplas, e por fim jogamos “Homenagem à Magritte”. No fim dos jogos, fizemos uma roda de conversa e ouvimos relatos muito positivos sobre como os jogos ajudaram a criar interações e relações. Ouvimos relatos como “Mesmo que a gente não se conheça e nunca tenha se falado, a gente conseguiu rir juntos e se divertir”, “Passei o dia ansiosa e chorando, mas quando a aula começou, me senti bem e com a cabeça no presente”, “Os jogos e as cenas mostraram situações comuns, mas que ajudam a pensar soluções” e “Gostei muito da aula, queria que tivessem mais aulas assim, que fazem a gente aprender com o lúdico”.

Foi uma experiência muito rica de troca de aprendizados. Pude ver com clareza a força que as artes cênicas têm de abordar temas complexos de formas simples e propor resoluções em coletivo.


Por Vinicius Silva."




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