O Coletivo Terra em Cena, formado por educadores e educadoras do campo, professores e estudantes da Licenciatura em Educação do Campo da Universidade de Brasília (UnB), militantes de movimentos sociais do campo, quilombolas, urbanos, professores de escolas de rede pública, e pesquisadoras de outras universidades brasileiras (UFSC, UFSJ e UFVMJ) cumprimenta o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra pelos quarenta anos de vida, completados em janeiro de 2024.
Destacamos, dentre tantas conquistas, a potente aliança entre educação, formação, cultura, comunicação e agroecologia que o MST consegue promover, a partir da luta primeira pelo direito à terra, articulada aos demais direitos humanos. Conforme Lupércio Damasceno, saudoso militante artista do Coletivo Nacional de Cultura, a Cultura Popular está para a Reforma Agrária tal como a Indústria Cultural está para o Agronegócio.
O Terra em Cena nasce inspirado nos processos de formação política e cultural do MST, principalmente, pelo trabalho que a Brigada Nacional de Teatro do MST Patativa do Assaré desenvolveu a partir da parceria com Augusto Boal, homem de teatro que transferiu o conhecimento de diversas técnicas e formas do teatro popular e político para que educadores populares do MST pudessem multiplicar o Teatro do Oprimido em acampamentos, assentamentos e escolas do campo. Como desdobramento da Brigada Nacional, existiu no MST do Distrito Federal e Entorno a Brigada de Agitação e Propaganda Semeadores, entre 2003 e 2013. O Terra em Cena é formado por educadores militantes artistas oriundos destes processos e procura multiplicar o processo de formação de coletivos nos territórios de atuação da Licenciatura e Educação do Campo, com foco no trabalho de formação estética com as linguagens teatral, audiovisual e das artes visuais.
Aprendemos com o MST a cultivar processos e a evitar o caráter espetacular da arte como mercadoria, aprendemos que os processos horizontais de troca e aprendizado são essenciais, aprendemos que devemos buscar o saldo orgânico dos processos estéticos que desenvolvemos, que a formação deve andar junta com o objetivo de organização social, e que este deve ser orientado pela perspectiva do poder popular, pois afinal, é para isso que interessa falarmos de educação popular, cultura popular e comunicação popular.
Fotos da encenação de adaptação da peça "Mutirão em Novo Sol" no Encontro dos Povos do Campo, das Águas e das Florestas" em agosto de 2012, com elenco formado por militantes da Brigada Nacional de Teatro do MST Patativa do Assaré e do Coletivo Terra em Cena. O dramaturgo, ator e diretor Nelson Xavier, um dos autores da peça, assistiu a montagem e conversou com o público e com o elenco.
Saiba mais sobre a Brigada Semeadores no endereço: https://youtu.be/AhXgLV3_0VQ?si=dsWKEXF95apggHi7
Nenhum comentário:
Postar um comentário