INTEGRANTES

O Coletivo Terra em Cena é uma articulação de coletivos de teatro e audiovisual que atuam em comunidades da reforma agrária e quilombolas e em meio urbano. É composto por professores universitários da UnB e da UFPI, e da rede pública do DF, por estudantes das Licenciaturas em Educação do Campo da UnB e da UFPI/Campus de Bom Jesus e por militantes de movimentos sociais do campo e da cidade. O Terra em Cena se configura como programa de extensão da UnB, com projetos de extensão articulados na UnB e na UFPI, e como grupo de pesquisa cadastrado no diretório de grupos do Cnpq. Um dos projetos é a Escola de Teatro Político e Vídeo Popular do DF (ETPVP-DF) que integra a Rede de Escolas de Teatro e Vídeo Político e Popular Nuestra America.

segunda-feira, 21 de outubro de 2024

VI Mostra Terra em Cena e na Tela



 Nos dias 26 e 27 de outubro de 2024 acontecerá a 6° edição da Mostra Terra em Cena e na Tela. Pela primeira vez a Mostra será realizada na cidade de Cavalcante - GO. Nessa edição a Mostra conta com a parceria do programa de formação continuada de professores "Escola da Terra" que em sua terceira edição promove intercâmbios entre professores/as da educação básica e pública do Distrito Federal e das comunidades quilombolas Kalunga.

Nesse sentido, a VI Mostra visa promover o intercâmbio entre os coletivos de teatro e audiovisual da rede do Terra em Cena, da Licenciatura em Educação do Campo da Universidade de Brasília e cursistas do programa Escola da Terra, bem como, fortalecer o vínculo com Cavalcante e o território Kalunga.

Por isso, a programação da VI Mostra foi pensada levando em consideração os trabalhos que dialogam com as questões relevantes ao território das escolas do campo e das comunidades quilombolas.

Confira a programação:






segunda-feira, 14 de outubro de 2024

Terra em Cena apoia a candidatura da chapa 2 "Movimenta FUP"


O programa de extensão e grupo de pesquisa Terra em Cena manifesta seu apoio à candidatura da Chapa 2 “Movimenta FUP”, liderada pelas professoras Eliene Novaes e Flávia Nogueira. Como coletivo de grupos formados com estudantes da FUP de territórios quilombolas, camponesas e de zonas periféricas urbanas acreditamos que o potencial de articulação do campus de Planaltina da UnB poderá ser dinamizado pela gestão das professoras Eliene Novaes e Flávia Nogueira na medida em que ambas agregam experiências convergentes de atuação como professoras, pesquisadoras, extensionistas e gestoras capazes de ampliar as frentes de diálogo e parcerias com organizações da sociedade civil, com orgãos do governo federal e distrital. Situada em uma das cidades mais antigas do Distrito Federal, a FUP pode e deve dialogar de forma mais frequente e articulada com os movimentos culturais da cidade de Planaltina, recebendo artistas, mostras, exposições, peças, filmes, e participando da vida das escolas das cidades da RIDE divulgando seus cursos, compartilhando suas produções culturais e científicas. Além disso, acreditamos que a chapa "Movimenta FUP" apresenta em seu programa o planejamento necessário para que nosso campus se articule em nível local, regional, nacional e internacional, sediando eventos de médio e grande porte, recebendo pesquisadores e artistas em intercâmbio e residência artística, e com isso se enraizando na vida cultural e política de Planaltina e do conjunto do Distrito Federal e da RIDE, compreendendo nela as cidades do arco da Chapada dos Veadeiros e do território Quilombola Kalunga. 



quarta-feira, 9 de outubro de 2024

Protocolo sobre “A aurora” – mais recente peça da companhia Cia Burlesca

 Aurora de mil de colores
Anúncio de revolução
Dos que socializam os meios de produção
E resistem aos dissabores
Desta Latina América fragmentada por ditadores
Lutam Claras, Paulos e Anitas
Pela missão infinita
 Da leitura da palavra e do mundo
Semeiam em chão fecundo
A insígnia que na bandeira agita
(Décima da Aurora latino-americana)

O mais recente trabalho da Cia Burlesca, chamado “A aurora”, encerrou no dia 06 de outubro de 2024 seu primeiro conjunto de apresentações por espaços culturais de cunho popular do Distrito Federal e escolas públicas que ofertam Educação de Jovens e Adultos (EJA).

O trabalho parte do livro “A revolução de Anita” lançado pela editora Expressão Popular que relata a experiência da campanha de alfabetização levada a cabo pelo governo revolucionário de Cuba entre os anos de 1959 e 1961. O método chamado “Sim, eu posso!” foi constituído por brigadas de jovens alfabetizadores que estiveram em todos os rincões do país alfabetizando crianças, jovens e adultos. Com esta campanha conseguiram o feito de erradicar o analfabetismo no país em apenas dois anos.

A peça que é o primeiro trabalho solo da atriz Julie Wetzel, que foi dirigida por suas companheiras de companhia Lyvian Sena e Patrícia Barros, aborda o núcleo duro da experiência cubana: o direito à educação como cerne para emancipação e soberania popular. De maneira épica e dialética constroem o argumento não pela sobreposição linear dos fatos, e sim pelo circularidade da relação entre passado e presente que mobilizam a possibilidade de construção de futuro como matéria factível de ação.

A primeira intervenção da atriz provoca a plateia a projetar, pensar o futuro, a sonhar o seu local no mundo não na lógica do capital, da rentabilidade, mas pela ordem do desejo, do que mobiliza e dá sentido à existência. Ao que pude reparar à minha volta a pergunta simples: “Qual profissão vocês gostariam de exercer, sem considerar os desafios, em um plano ideal, o que gostariam de fazer?” nos provocou a refletir e confrontar a nossa expectativa e realidade. A partir dessa mobilização a peça se desenrola.

Podemos interpretar essa como uma pergunta geradora? Acredito que sim, pois a peça gira em torno de outras perguntas, algumas explicitas na dramaturgia e outras implícitas no argumento. A minha preferida é: por que Cuba erradicou o analfabetismo e nós, brasileiros, ainda em 2024 contamos com nove milhões de analfabetos? Cito aqui a comparação que Rafael Villas Bôas teceu para termos um parâmetro: Estamos falando de três vezes a população do Uruguai. (Ver https://www.brasildefatodf.com.br/2024/09/19/a-aurora-novo-espetaculo-da-cia-burlesca-aborda-em-chave-epica-o-tema-da-educacao-de-ontem-e-hoje)

A peça responde trazendo a experiência coletiva do Movimento Popular de Cultura (MCP) realizada em Pernambuco durante os anos de 1950 e 1960 da qual Paulo Freire é uma das maiores expoentes. Experiência interrompida pela golpe militar de 1964 que rompe com o processo crescente de aliança de classes e transferência dos meios de produção de linguagens, seja ela a linguagem verbal, teatral ou mesmo do audiovisual. O que está colocado e fica explicito no argumento da peça é que a existe uma interdição arbitrária e violenta da comunicação. A comunicação é o eixo de disputa, tanto para processo de emancipação por meio da socialização dos meios de produção, como para processo de interdição de discursos para manutenção de status quo.

“A aurora” nos leva a repensar o sentido de revolução e contrarrevolução a partir tensão entre projetos de socialização e privatização dos meios de comunicação. Meios de comunicação entendidos não de maneira reduzida como coube a semântica mais ordinária, mas no entendimento mais amplo: aulas, teatros, Artes visuais e de audiovisual e tantas outras formas de expressão são, nesse sentido, meios de comunicação.

Sendo assim, somos capazes de construir em conjunto com o argumento da peça que articula experiências de dois países, Cuba e Brasil, e que compõe um painel simbólico com músicas, poemas, figurinos e cenografias latino-americanos que essa é uma peça internacionalista que identifica um problema estrutural do sistema: o analfabetismo como alicerce das desigualdades e como barreira para formação de massa crítica.

A emergência do debate trazido pela obra se traduz no outro acontecimento paralelo à apresentação da peça. Nós, brasilienses, diferente dos moradores demais munícipios brasileiros, acompanhávamos como expectadores o crescente número de prefeitos e vereadores de extrema direita sendo eleitos neste domingo. A maior cidade da América Latina, São Paulo, levou para o segundo turno o atual prefeito com declarada plataforma ligada ao projeto da extrema direita e o projeto civilizatório defendido por Guilherme Boulos, tendo como terceiro candidato mais votado Pablo Marçal, que rompeu, ao longo da campanha, até mesmo com os pactos democráticos mais essenciais. O que a conjuntura nos aponta é para emergência da disputa das ideias, para necessidade de construir estratégias que dialoguem e desmonte a ordem radicalizada do capital em crise que vivemos na atualidade.

Nesse sentido, trabalhos como “A aurora” são não somente um deleite mas uma urgência. Que esta temporada que se encerra de apresentações seja apenas a primeira de tantas outras, que “A aurora” circule pelos rincões do brasil e do nosso território latino-americano à luz das brigadas de outrora, acendendo centelhas de luta pelo direito fundamental de ler, escrever, interpretar e transformar a realidade.

Simone Rosa





A Aurora: novo espetáculo da Cia Burlesca aborda, em chave épica, o tema da educação, de ontem e hoje

 Por mais de uma hora a atriz Julie Wetzel, dirigida por Patrícia Barros e Lyvian Sena, todas integrantes da Cia Burlesca, ocupa o palco representando personagens de diversos tempos históricos que têm como elo o tema da educação, mais especificamente da educação de jovens e adultos e da erradicação do analfabetismo, em dois países latino-americanos, Brasil e Cuba.

 A primeira cena se passa no Brasil: a atriz manuseia os classificados de jornal, aquilo que até tempo recente era um caderno cheio de páginas, de anúncios de compra e venda de todo tipo de mercadoria, de serviço, oferta de emprego... O tempo passou, o fluxo de anúncios foi para as redes sociais, para a internet, jornais e revistas impressas hoje são a parte residual do mercado de notícias. A tecnologia avançou mas com ela não nos livramos da chaga do analfabetismo: os espectadores são informados que ainda temos nove milhões de brasileiros fora do ensino médio. Para termos um parâmetro de referência estamos falando de três vezes a população de nosso vizinho Uruguai, com escolarização incompleta.

 Na segunda cena somos remetidos para 1961: terceiro ano da Revolução Cubana, iniciada em 01 de janeiro de 1959. É o ano da Educação, momento em que o governo decide convocar a juventude, educadores, as universidades, para erradicar o analfabetismo. O Estado organizou e formou brigadas de alfabetização. A cidade paradisíaca de Varadero, com seus hotéis e toda estrutura de turismo, foi mobilizada para acolher as brigadas em formação e garantir a logística do grande exército de alfabetizadores.

 O fluxo de informações é narrado pela atriz e interpretado pela personagem de uma brigadista. Julie Wetzel consegue, com os adereços e figurino que mobiliza em cena, pela forma como narra e se relaciona co dem os objetos, com o público e com as memórias, inspiradas no livro “A Revolução de Anita”, de Shirley Langer, envolver e comover os espectadores com o clima de uma campanha nacional convocada por um governo revolucionário para por fim a uma das marcas do subdesenvolvimento das ex-colônias, o analfabetismo.

 Na terceira cena voltamos ao Brasil de 1964, momento em que a educação popular e a luta para alfabetizar e organizar a classe trabalhadora era encampada por movimentos como o Movimento de Cultura Popular (MCP), que tinha como um dos educadores Paulo Freire que, posteriormente, sistematiza a proposta com o nome que se tornou famoso de “Pedagogia do Oprimido”.

Os ventos da Revolução Cubana chegaram em outros países como inspiração da possibilidade de insurgência contra o imperialismo, e o Brasil não ficou de fora: o chão histórico do contexto pré-golpe foi marcado pelo aumento exponencial de movimentos populares e sindicais organizados, pelo aumento das greves, pela construção da plataforma programática das reformas de base, em que as reformas agrárias e universitária eram duas das principais promessas de transformação. Em 21 de janeiro de 1964 o presidente João Goulart assinou o decreto do Programa Nacional de Alfabetização (nº 53.465) que institui o sistema Paulo Freire para alfabetizar a população brasileira, e apresenta na parte inicial três considerações que cabe destacar:

“CONSIDERANDO a necessidade de um esforço nacional concentrado para eliminação do analfabetismo;

CONSIDERANDO que os esforços até agora realizados não têm correspondido à necessidade de alfabetização em massa da população nacional;

CONSIDERANDO que urge conclamar e unir todas as classes do povo brasileiro no sentido de levar o alfabeto àquelas camadas mais desfavorecidas que ainda o desconhecem; ”

 Todavia, se em Cuba a experiência foi bem sucedida, aqui o caminho foi bloqueado por uma ditadura que durou vinte e um anos, iniciada em 1964. Um dos personagens interpretados pela atriz é o de um interrogador que questiona de forma autoritária o educador Paulo Freire sobre seu trabalho.

A Burlesca apresenta, neste espetáculo, um ponto de maturidade no manejo da carpintaria e de interpretação do teatro épico, com mais um resultado expressivo na trajetória de seu consistente repertório. O tempo presente e suas contradições é ponto de partida para um mergulho na história em que somos remetidos à diversos fragmentos de experiências de décadas passadas e a situações cujos impasses nos parecem semelhantes aos de nosso tempo, em que a extrema direita, no Brasil e no mundo, ameaça democracias por dentro e ou com golpes, impondo censuras à livros e retirada de circulação de materiais didáticos.

As personagens que a atriz Julie Wetzel nos apresenta nos comovem ou nos geram sentimento de repúdio, em todos os casos são familiares, verossímeis, possíveis, se não existentes. Entretanto, não é possível perseguir a história como uma narrativa linear, porque as cenas não encadeiam uma sucessão de presentes. O que acontece em cena são fragmentos de processos históricos encenados. A competência do trabalho de pesquisa que precede a fase de laboratório é outro aspecto que cabe destacar como marca da companhia: com “Bendita Dica” apresentaram uma personagem de Lagolândia (GO) que comandou lutas pela terra na região; no penúltimo espetáculo “A legítima história verdadeira” o grupo viajou para o Rio Grande do Sul e para a Paraíba para pesquisar as histórias das mártires da luta pela terra Roseli Nunes e Margarida Alves e, com elas, colocou em cena a forma do trabalho de base, de como as organizações juntam e organizam o povo, com mística, festa e alegria, a despeito da violência repressiva. E, agora, a pesquisa histórica extrapolou as fronteiras nacionais e nos apresenta a maneira como Cuba revolucionária erradicou o analfabetismo, no mesmo período em que fez a reforma agrária.

Assisti ao espetáculo com professores e estudantes da Licenciatura em Educação do Campo e quase uma centena de professores das escolas do campo do DF, reunidos no campus de Planaltina da Universidade de Brasília, no dia 14 de setembro, para uma etapa do curso de formação de professores da Educação Básica do DF “Programa Escola da Terra”. Entre o encanto do que foi narrado e interpretado pela “camarada Wetzel” e o incômodo decorrente do fato de sabermos o que já foi feito, o que foi impedido, e o que poderia ter sido feito desde a redemocratização... mas não foi... a peça Aurora convida à reflexão e ação.

Rafael Villas Bôas

Professor da UnB e jornalista.

Esse texto foi publicado no jornal Brasil de Fato em 19 de setembro de 2024: https://www.brasildefatodf.com.br/2024/09/19/a-aurora-novo-espetaculo-da-cia-burlesca-aborda-em-chave-epica-o-tema-da-educacao-de-ontem-e-hoje








segunda-feira, 7 de outubro de 2024

Terra em Cena na XII reunião científica da Abrace, na UFSJ

 Entre os dias 27 e 30 de setembro de 2024 cerca de 540 professores, pesquisadores, estudantes de pós-graduação e graduação, artistas das artes cênicas e militantes de movimentos sociais se reuniram em São João Del Rei para refletir sobre "o que podem as artes cênicas entre a máquina do mundo e as lutas pela terra?" na XII reunião científica da Associação Brasileira de Pesquisa e Pós-Graduação em Artes Cênicas. 

O Grupo de Pesquisa em História e Política da Cena, da UFSJ; coordenado por Berilo Nosela e Carina Guimarães, também integrantes da direção da Abrace, e o Coletivo Fuzuê, dirigido por Carina, estiveram a frente da proposição do tema e da articulação com representantes dos movimentos sem terra, indígena e quilombola. 

Na mesa de abertura o presidente da Abrace e Carina Guimarães, também integrante do Terra em Cena, explicaram a proposta temática da reunião ( https://www.youtube.com/watch?v=t92P1p8ZoBc&t=46s ). 

Ana Lêda Dias, professora egressa da Licenciatura em Educação do Campo, e coordenadora do grupo teatral quilombola Kalunga Vozes do Sertão Lutando por Transformação (VSLT) participou da mesa de abertura de abertura II "Em cena as lutas pela terra" ( https://www.youtube.com/watch?v=XZQVpdb84Qk ), em conjunto com Alan Leite, coordenador da Brigada Nacional de Teatro do MST Patativa do Assaré e João Nyn, do Coletivo Estepô (SP). 

Na mesa de encerramento ( https://www.youtube.com/watch?v=9-ZsExcY1Zc&t=4592s ) o desafio proposto aos convidados, a professora Lorena Verzero, da Universidade de Buenos Aires, e o professor Rafael Villas Bôas, coordenador do Coletivo Terra em Cena (UnB) foi aprofundar a reflexão proposta no tema do evento: "o que podem as artes cênicas entre a máquina do mundo e as lutas pela terra?".


O encontro aponta para aproximações estratégicas possíveis entre as universidades e movimentos sociais, entre as escolas da rede de teatro e vídeo político e popular Nuestra América (lá estiveram presentes representantes das escolas do Distrito Federal, do Rio de Janeiro e de Quito/Equador) e entre grupos de pesquisa do país e de países vizinhos, como a Argentina.



sábado, 5 de outubro de 2024

Terra em Cena saúda homenageados/as/es na 2° edição do Prêmio Paulo Freire

 No dia 26 de setembro de 2024 diversos/as integrantes do coletivo Terra em Cena foram homenageados/as em sessão solene na Câmara Legislativa do Distrito Federal. Obtiveram este reconhecimento pelos seus projetos e trabalhos durante a cerimônia de entrega da 2° edição do Prêmio Paulo Freire.

O Prêmio Paulo Freire é uma iniciativa do gabinete do deputado Gabriel Magno que visa reconhecer e valorizar publicamente “práticas e profissionais da área da educação, estudantes, familiares de estudantes, estudiosos da educação, ativistas pelo direito à educação e comunidades escolares. Pessoas que se destacam por suas contribuições na promoção do direito à educação, na gestão democrática, no Plano Distrital de Educação e em projetos político-pedagógicos que impactam as escolas públicas e seus territórios”.

Ao todo foram mais de 260 homenageados/as o que mostra a força do trabalho da educação formal e popular com alinhamento nos eixos da educação ambiental e patrimonial, antirracista e de práxis transformadora e inclusiva no Distrito Federal.

O coletivo Terra em Cena parabeniza a iniciativa e o/as homenageados/as.


Os detalhes do Prêmio estão disponíveis no endereço: https://www.gabrielmagno.com.br/premiopaulofreire

Sessão solene pode ser acessada pelo endereço: https://www.youtube.com/live/YdlxKZY4vLo?si=ph5ogsTSx8JxPWmh






quinta-feira, 3 de outubro de 2024

EDITAL DO PROFARTES UNB ABERTO:

 



Atenção professores e professoras de Arte, com atuação na Educação Básica: está aberto o Processo Seletivo do Mestrado Profissional em Artes, para turma de 2025 na Universidade de Brasília!!! São 16 vagas para Artes Cênicas, 8 vagas para Artes Visuais e 8 vagas para Música. Confira o edital e mais informações em: www.ida.unb.br/pos/profartes 


As inscrições ocorrerão de 21/10 a 30/10/2024.

》》na foto do card, uma cena da peça Pequeno Manual Antirracista, criação coletiva de estudantes da Escola Parque Anísio Teixeira, de Ceilândia, com as professoras Alana de Azevedo e Melissa Naves, egressa do ProfArtes.

sábado, 20 de julho de 2024

Terra em Cena apoia a chapa 90 Pensar e Fazer UnB

 O Coletivo Terra em Cena, grupo de pesquisa e programa de extensão do campus de Planaltina da UnB apoia a chapa 90 "Pensar e Fazer a UnB", da candidata a reitora Olgamir Amancia e do candidato a vice-reitor Gustavo Romero.

Olgamir faz excelente gestão como Decana de Extensão na administração da reitora Márcia Abrahão: 

• elevou exponencialmente a quantidade de ações de extensão da UnB; 

• instituiu os colegiados de extensão nas unidades de ensino; 

• democratizou o acesso às bolsas e recursos financeiros por meio de editais; 

• valorizou a extensão na progressão da carreira docente, 

• criou a rede de polos de extensão em regiões administrativad do DF e também em Alto Paraíso e Cavalcante (GO).

Muito tem sido feito ao longo dos 8 anos de administração da UnB pela reitora Márcia Abrahão em prol da inclusão e da democratização da universidade, e mais ainda poderá ser feito com a segunda professora a ser eleita como reitora da UnB. Ainda mais sendo ela uma professora de um dos novos campi, a Faculdade UnB Planaltina, que reconhece a necessidade da universidade se articular com comunidades e territórios de forma inclusiva, horizontal e comprometida politicamente.

Olgamir e Gustavo, diretor da Faculdade de Medicina, são uma dupla com largo conhecimento institucional, com ampla articulação política e visão projetiva para o futuro da Universidade de Brasília. Por isso, nos comprometemos com o convite para pensar e fazer a UnB junto com a chapa 90, e seguimos empOLGAdos com a campanha até a vitória!


terça-feira, 21 de maio de 2024

Protocolo: Ledocênicas vai à IESGO

No dia 22 de abril fomos convidados pela professora Tállyta Abrantes, que também faz parte do grupo Ledocênicas e dá aulas no curso de Pedagogia na Faculdade IESGO, a participar de sua aula na disciplina “Educação de Jovens e Adultos”. A aula foi sobre a Educação de Jovens e Adultos e o Teatro do Oprimido. Começamos a aula com uma cena de teatro fórum, onde sentamos em cadeiras e a professora começou a aula. Durante a explicação, uma estudante fazia perguntas s algumas palavras, como “Professora, o que é práxis?”. Outros estudantes começaram a debochar e fazer comentários maldosos, como “Nossa! Como que entrou na faculdade desse jeito?”. A cena continua com outras falas e começa uma discussão entre os estudantes. A cena congela com um estudante chamando a outra de burra. A curingagem começa explicando o que é o teatro fórum. Depois, são feitas perguntas como “O que vocês conseguem ver nesta cena?” ou “Alguém já viu essa cena acontecer? É uma situação comum?”. Depois do debate, o coringa perguntou se alguém quer entrar na cena no lugar do personagem oprimido. Uma estudante entra em cena e voltamos à discussão dos estudantes. Ela traz falas como “Vocês são uns mal-educados! Não respeitam os outros.” O debate aumenta e acabamos a cena com a personagem oprimida falando “Todos nós estamos aqui para aprender!”. Com o fim da cena, debatemos algumas formas de lidar com essa situação, fazendo o exercício de nos colocarmos no lugar do outro.


Fizemos essa cena por sugestão da professora Tállyta. Ela relatou que algumas estudantes estavam inseguras em fazer perguntas, pois estavam ouvindo comentários parecidos quando se posicionavam. Nessa turma, tem estudantes em semestres diferentes, uns no começo do curso e outros no final.

Após o debate, lemos em conjunto o texto “Histórico e metodologia do teatro do oprimido” de Eliene Rocha, presente no livro “Residência Agrária UNB: Teatro Político, formação e organização social”. Com o fim da leitura, iniciamos os jogos teatrais. Começamos andando pelo espaço e trocando olhares, depois jogamos “Contar sua própria história”. A estudante e integrante do Ledocênicas Aimê Fernandes, contou um relato de quando estava para se formar no ensino médio e foi fazer a última prova do ano, com sua filha bebê. A diretora da escola barrou ela e disse que não era permitido entrar na sala com o bebê, e se ela quisesse fazer a prova, sua filha teria que ficar do lado de fora. A situação foi resolvida quando um professor interveio e permitiu que Aimê fizesse a prova. Recriamos essa situação comigo e três alunas de Pedagogia. A cena trouxe muitos debates e relatos muito emocionantes de situações parecidas, algumas que ocorreram dentro da Faculdade. Fomos pensando em formas de solucionar esses problemas e também como reagir e intervir em situações parecidas.

Jogamos “Hipnotismo Colombiano” trocando as duplas, e por fim jogamos “Homenagem à Magritte”. No fim dos jogos, fizemos uma roda de conversa e ouvimos relatos muito positivos sobre como os jogos ajudaram a criar interações e relações. Ouvimos relatos como “Mesmo que a gente não se conheça e nunca tenha se falado, a gente conseguiu rir juntos e se divertir”, “Passei o dia ansiosa e chorando, mas quando a aula começou, me senti bem e com a cabeça no presente”, “Os jogos e as cenas mostraram situações comuns, mas que ajudam a pensar soluções” e “Gostei muito da aula, queria que tivessem mais aulas assim, que fazem a gente aprender com o lúdico”.

Foi uma experiência muito rica de troca de aprendizados. Pude ver com clareza a força que as artes cênicas têm de abordar temas complexos de formas simples e propor resoluções em coletivo.


Por Vinicius Silva."