INTEGRANTES

O Coletivo Terra em Cena é uma articulação de coletivos de teatro e audiovisual que atuam em comunidades da reforma agrária e quilombolas e em meio urbano. É composto por professores universitários da UnB e da UFPI, e da rede pública do DF, por estudantes das Licenciaturas em Educação do Campo da UnB e da UFPI/Campus de Bom Jesus e por militantes de movimentos sociais do campo e da cidade. O Terra em Cena se configura como programa de extensão da UnB, com projetos de extensão articulados na UnB e na UFPI, e como grupo de pesquisa cadastrado no diretório de grupos do Cnpq. Um dos projetos é a Escola de Teatro Político e Vídeo Popular do DF (ETPVP-DF) que integra a Rede de Escolas de Teatro e Vídeo Político e Popular Nuestra America.

terça-feira, 29 de abril de 2025

ARTIGO: Movimentos do teatro político brasileiro: da década de 1960 aos enfrentamentos com o neoliberalismo

Urdimento: Revista de Estudos em Artes Cênicas | Abril de 2025. 


Resumo: A  pesquisa  articula  dois  momentos  do  teatro  político  brasileiro:  o  ascenso  do  teatro  épico  em conjunção com as lutas populares dos anos 1960 e, com o impacto do golpe de 1964 e a ditadura, a sequente posição regressiva do teatro no sistema cultural do país ao passo que a televisão ascendeu como  meio  de  informação  e  entretenimento.  O  segundo  momento  aborda  o  período  posterior  à ditadura,  da  luta  dos  trabalhadores  do  teatro  de  grupo  em  resistência  ao  neoliberalismo,  e  desde  o início  do  século  XXI,  articulando  experiências  de  movimentos  sociais,  coletivos  de  teatro  e  grupos universitários. O estudo de caso aborda as experiências do Coletivo Terra em Cena articulado com a rede que o compõe.

Palavras-chave: Teatro político. Movimentos sociais. Teatro épico. Rede Nuestra América.

Autores: Rafael Litvin Villas Bôas; 
Simone Menezes da Rosa; Julie Anna Wetzel Deeter

Acesse para ler a Revista e o artigo completo: 

https://revistas.udesc.br/index.php/urdimento/issue/view/1011

quinta-feira, 10 de abril de 2025

2° Encontro do Cineclube da ETPVP com o filme "Saudações, Cubanos" de direção de Agnés Varda


Na última quarta-feira, dia 09/04/25, realizamos o 2° encontro do Cineclube da ETPVP que já nasce super potente. A diversidade de pessoas que estamos alcançando é impressionante, o que proporciona reflexões no debate de grande aprendizado coletivo.

Ter a oportunidade de discutir com pessoas integrantes do Movimento Negro Unificado (MNU), do Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra (MST), do Núcleo de Estudos Cubanos (NESCUBA/UnB),  da Associação dos Docentes da UnB (ADunB), do Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (ANDES), do Movimento de Trabalhadoras e Trabalhadores Por Direitos (MTD), da Escola de Teatro Político e Vídeo Popular do Distrito Federal (ETPVP DF) e do Coletivo Terra em Cena, tendo o Cinema como dispositivo de reflexão da realidade e possibilidade dos encontros presenciais, fortalece a luta e a organização popular! 

A 2ª sessão cineclubista, exibiu o filme "Saudações, Cubanos" da diretora Agnés Varda, documentário do ano de 1963, que em montagem experimental com fotografias retrata o Povo, a História e a Cultura Cubana em processo revolucionário. O debate avançou sobre o período especial, experiências dos participantes na ilha, o trágico legado do racismo e do patriarcado como marcas do processo colonial cubano, processo histórico e atual do bloqueio econômico dos EUA e o projeto político de país socialista.

Viva a Revolução Cubana, exemplo de Luta e Resistência contra o imperialismo!

Escrito por Adriana Gomes e Simone Rosa


Próximas sessões do Cineclube da ETPVP

14/05  Nicarágua e a Revolução Sandinista

11/06 – Programa Revoluções: Doutrina choque (Episódio 3)

Sempre às quartas-feiras, no Armazém do Campo DF (Setor Comercial Sul), às 19h.


Vejam a matéria no Brasil de Fato 

https://www.brasildefato.com.br/2025/04/08/escola-de-teatro-politico-do-df-exibe-filme-sobre-a-revolucao-cubana-nesta-quarta-9/


quarta-feira, 2 de abril de 2025

1° Encontro do Cineclube da ETPVP de 2025 com o filme "La hora de los hornos" de direção de Fernando Solanas e Octavio Getino

 No dia 19/03/2025 compartilhamos a satisfação de recomeçar os encontros sistemáticos da Escola de Teatro Político e Vídeo Popular do DF (ETPVP) com o Cine Clube da ETPVP ocorrido no Armazém do Campo. Retomamos as atividades de calendário prolongado com os objetivos basilares da escola: formar, informar e organizar para luta com as classes populares por meio da produção e análise de bens simbólicos.

Nesta ocasião foi exibida e debatida a obra “La hora de los hornos – parte 1”, filme argentino de 1968 de direção de Fernando Solanas e Octavio Getino. O filme faz parte da tradição do Cine Militante e foi exibido clandestinamente em sindicatos e agremiações políticas e estudantis durante as ditaduras de Onganía, na Argentina, e nas ditaduras militares já estabelecidas no Brasil, Paraguai e Bolívia. Em outros países como Uruguai, Chile, Cuba, México era exibido publicamente como um manifesto de luta, até o golpe militar no Uruguai e Chile onde a exibição e debate do filme passou a ser clandestina.

O filme que didaticamente expõe a estrutura histórica da dependência econômica e cultural como resultado do processo colonial aponta o caminho da luta como o meio possível para transformação do sistema. Por isso tem como corrente estética a ideia de “cinema ato”, ou seja, o cinema que mobiliza para ação.

Ao longo do debate ocorrido neste primeiro encontro foram levantados pontos de convergência e dissonância entre o argumento do filme e a conjuntura atual. A forma como o filme é construída suscita o debate e apreende a atenção de maneira distinta ao que estamos habituados nas produções da indústria cultural. O que levou a tecer coletivamente reflexões como: qual o caminho da América Latina na correlação de formação internacional em meio à emergência da extrema direita mundial e da quebra do monopólio econômico pela China? Pensamos em como a urgência climática é ponto principal nas agendas de lutas populares atualmente, diferente do que se apresentava em meados do século XX. E, ainda, e ainda reflexões de como o filme se mantém atual ao identificar o preconceito racial e o genocídio de negros e indígenas como elemento central na manutenção dos vínculos de subordinação dos povos. Entendemos também que o filme aponta para uma equação: em um jogo de cena construído com esmero o filme apresenta um matadouro de bois, onde a matéria de exportação do modelo latifundiário abate com violência os recursos naturais da região, estas cenas são entrecruzadas com imagens da indústria cultural estadunidenses. Por fim, apresenta a imagem do trabalhador em condição precarizada de trabalho. Ou seja, entre o papel que a América Latina ocupa na divisão internacional do trabalho e que sustenta o capitalismo existe o trabalhador, e é neste sujeito que reside a possibilidade de transformação dessa realidade.

A atividade foi encerrada com a definição de continuidade dos encontros e fortalecimento dos vínculos entre a rede da escola e a possibilidade de agregar novos integrantes.

O Cine Debate da ETPVP não somente inaugurou as atividades da escola em 2025 como também foi a primeira atividade de mostra em audiovisual no Armazém do Campo do DF. Este que é um importante espaço para a classe trabalhadora pois simboliza a aliança entre o campo e a cidade não somente por meio da comercialização de produtos da reforma agrária, como também sendo um espaço de encontro, circulação e debate. Vocação que se manifesta na organização do espaço, na disponibilidade à realização de parcerias como a que se frutifica entre a ETPVP e o Armazém do Campo.

O Calendário do Cine Debate para o primeiro semestre de 2025 dará continuidade com as seguintes datas:

● 09/04

● 14/05

● 11/06

Sempre às quartas-feiras no Armazém do Campo (Setor Comercial Sul) às 19h.












sexta-feira, 28 de março de 2025

Terra em Cena em Cultura Viva

 A integrante do coletivo Terra em Cena e estudante da Licenciatura em Educação do Campo Ângela Caetano produziu o seguinte vídeo para o canal "Territórios Rurais e Cultura Alimentar". O documentário conta um pouco da história do coletivo Terra em Cena e mostra como esse grupo de professores, estudantes e militantes une o teatro e o audiovisual como métodos de educação popular, formação estética e organização social. Convidamos para conferirem.

🔗 @pontosdeculturaememoriarural


quinta-feira, 13 de março de 2025

Cine clube da ETPVP convida para exibição e debate de "La hora de los hornos - parte 1"

 


A Escola de Teatro Político e Vídeo Popular do DF convida para exibição e debate da obra "La hora de los hornos - parte 1" no dia 19/03, quarta-feira, às 18:30 no Armazém do Campo (setor comercial sul, quadra 01, lote 30, Edifício Denasa)
🚩📢🎭🥁🎬i
Vamos assistir a obra de 1968 dos diretores argentinos Fernando Solanas e Octavio Getino do grupo "Cine Liberación" e debater sobre o contexto político e cultural latino-americano do ciclo de ditaduras e suas reverberações na conjuntura atual da região. Nosso encontro será no importante espaço da classe trabalhadora, o Armazém do Campo, fortalecendo os laços do projeto popular por meio de um calendário de ações em que este será o primeiro encontro de um ciclo de cine debates.


terça-feira, 18 de fevereiro de 2025

15 anos do Terra em Cena em 2025


 

No ano de 2025 o Coletivo Terra em Cena comemora 15 anos de existência. Começamos nosso trabalho buscando ampliar os aprendizados das aulas de teatro da LEdoC para as comunidades, de modo que as e os educandos pudessem aprender as técnicas, jogos e exercícios, ensinando na escola ou para a comunidade. A prova que dava certo foi a quantidade de grupos formados no quilombo Kalunga e em assentamentos. Anos depois agregamos ao trabalho de formação estética a linguagem audiovisual, e na sequência veio o trabalho com as artes visuais, o muralismo e o painelismo.

Nestes 15 anos realizamos seis edições da Mostra Terra em Cena e na Tela, quatro delas no campus de Planaltina da UnB (FUP), uma no campus de Bom Jesus da UFPI e a última edição foi realizada em Cavalcante (GO). O curso de extensão Escola da Terra foi parceiro das duas edições que realizamos fora do Distrito Federal.

Pretendemos, em 2025, realizar a VII Mostra Terra em Cena e na Tela, no campus de Planaltina, em conjunto com um seminário de pesquisa para reunir as pesquisas realizadas e as em andamento pelas dezenas de pesquisadores do coletivo. Será uma alegria relembrarmos das peças construídas coletivamente, dos vídeos produzidos pelas integrantes do grupo e podermos debater os avanços, limites e desafios do projeto estratégico que estamos construindo, inspirados no trabalho cultural e político dos movimentos sociais populares e afinados com o curso ao qual nos vinculamos, a Licenciatura em Educação do Campo.

Nesta primeira postagem do ano, abrimos os trabalhos divulgando o selo comemorativo construído pela artista Simone Menezes da Rosa, a partir de discussão coletiva da coordenação do Terra em Cena. Que seja um ano produtivo de lutas, festas, debates, peças, murais e filmes!

 

Coordenação do Terra em Cena

segunda-feira, 21 de outubro de 2024

VI Mostra Terra em Cena e na Tela



 Nos dias 26 e 27 de outubro de 2024 acontecerá a 6° edição da Mostra Terra em Cena e na Tela. Pela primeira vez a Mostra será realizada na cidade de Cavalcante - GO. Nessa edição a Mostra conta com a parceria do programa de formação continuada de professores "Escola da Terra" que em sua terceira edição promove intercâmbios entre professores/as da educação básica e pública do Distrito Federal e das comunidades quilombolas Kalunga.

Nesse sentido, a VI Mostra visa promover o intercâmbio entre os coletivos de teatro e audiovisual da rede do Terra em Cena, da Licenciatura em Educação do Campo da Universidade de Brasília e cursistas do programa Escola da Terra, bem como, fortalecer o vínculo com Cavalcante e o território Kalunga.

Por isso, a programação da VI Mostra foi pensada levando em consideração os trabalhos que dialogam com as questões relevantes ao território das escolas do campo e das comunidades quilombolas.

Confira a programação:






segunda-feira, 14 de outubro de 2024

Terra em Cena apoia a candidatura da chapa 2 "Movimenta FUP"


O programa de extensão e grupo de pesquisa Terra em Cena manifesta seu apoio à candidatura da Chapa 2 “Movimenta FUP”, liderada pelas professoras Eliene Novaes e Flávia Nogueira. Como coletivo de grupos formados com estudantes da FUP de territórios quilombolas, camponesas e de zonas periféricas urbanas acreditamos que o potencial de articulação do campus de Planaltina da UnB poderá ser dinamizado pela gestão das professoras Eliene Novaes e Flávia Nogueira na medida em que ambas agregam experiências convergentes de atuação como professoras, pesquisadoras, extensionistas e gestoras capazes de ampliar as frentes de diálogo e parcerias com organizações da sociedade civil, com orgãos do governo federal e distrital. Situada em uma das cidades mais antigas do Distrito Federal, a FUP pode e deve dialogar de forma mais frequente e articulada com os movimentos culturais da cidade de Planaltina, recebendo artistas, mostras, exposições, peças, filmes, e participando da vida das escolas das cidades da RIDE divulgando seus cursos, compartilhando suas produções culturais e científicas. Além disso, acreditamos que a chapa "Movimenta FUP" apresenta em seu programa o planejamento necessário para que nosso campus se articule em nível local, regional, nacional e internacional, sediando eventos de médio e grande porte, recebendo pesquisadores e artistas em intercâmbio e residência artística, e com isso se enraizando na vida cultural e política de Planaltina e do conjunto do Distrito Federal e da RIDE, compreendendo nela as cidades do arco da Chapada dos Veadeiros e do território Quilombola Kalunga. 



quarta-feira, 9 de outubro de 2024

Protocolo sobre “A aurora” – mais recente peça da companhia Cia Burlesca

 Aurora de mil de colores
Anúncio de revolução
Dos que socializam os meios de produção
E resistem aos dissabores
Desta Latina América fragmentada por ditadores
Lutam Claras, Paulos e Anitas
Pela missão infinita
 Da leitura da palavra e do mundo
Semeiam em chão fecundo
A insígnia que na bandeira agita
(Décima da Aurora latino-americana)

O mais recente trabalho da Cia Burlesca, chamado “A aurora”, encerrou no dia 06 de outubro de 2024 seu primeiro conjunto de apresentações por espaços culturais de cunho popular do Distrito Federal e escolas públicas que ofertam Educação de Jovens e Adultos (EJA).

O trabalho parte do livro “A revolução de Anita” lançado pela editora Expressão Popular que relata a experiência da campanha de alfabetização levada a cabo pelo governo revolucionário de Cuba entre os anos de 1959 e 1961. O método chamado “Sim, eu posso!” foi constituído por brigadas de jovens alfabetizadores que estiveram em todos os rincões do país alfabetizando crianças, jovens e adultos. Com esta campanha conseguiram o feito de erradicar o analfabetismo no país em apenas dois anos.

A peça que é o primeiro trabalho solo da atriz Julie Wetzel, que foi dirigida por suas companheiras de companhia Lyvian Sena e Patrícia Barros, aborda o núcleo duro da experiência cubana: o direito à educação como cerne para emancipação e soberania popular. De maneira épica e dialética constroem o argumento não pela sobreposição linear dos fatos, e sim pelo circularidade da relação entre passado e presente que mobilizam a possibilidade de construção de futuro como matéria factível de ação.

A primeira intervenção da atriz provoca a plateia a projetar, pensar o futuro, a sonhar o seu local no mundo não na lógica do capital, da rentabilidade, mas pela ordem do desejo, do que mobiliza e dá sentido à existência. Ao que pude reparar à minha volta a pergunta simples: “Qual profissão vocês gostariam de exercer, sem considerar os desafios, em um plano ideal, o que gostariam de fazer?” nos provocou a refletir e confrontar a nossa expectativa e realidade. A partir dessa mobilização a peça se desenrola.

Podemos interpretar essa como uma pergunta geradora? Acredito que sim, pois a peça gira em torno de outras perguntas, algumas explicitas na dramaturgia e outras implícitas no argumento. A minha preferida é: por que Cuba erradicou o analfabetismo e nós, brasileiros, ainda em 2024 contamos com nove milhões de analfabetos? Cito aqui a comparação que Rafael Villas Bôas teceu para termos um parâmetro: Estamos falando de três vezes a população do Uruguai. (Ver https://www.brasildefatodf.com.br/2024/09/19/a-aurora-novo-espetaculo-da-cia-burlesca-aborda-em-chave-epica-o-tema-da-educacao-de-ontem-e-hoje)

A peça responde trazendo a experiência coletiva do Movimento Popular de Cultura (MCP) realizada em Pernambuco durante os anos de 1950 e 1960 da qual Paulo Freire é uma das maiores expoentes. Experiência interrompida pela golpe militar de 1964 que rompe com o processo crescente de aliança de classes e transferência dos meios de produção de linguagens, seja ela a linguagem verbal, teatral ou mesmo do audiovisual. O que está colocado e fica explicito no argumento da peça é que a existe uma interdição arbitrária e violenta da comunicação. A comunicação é o eixo de disputa, tanto para processo de emancipação por meio da socialização dos meios de produção, como para processo de interdição de discursos para manutenção de status quo.

“A aurora” nos leva a repensar o sentido de revolução e contrarrevolução a partir tensão entre projetos de socialização e privatização dos meios de comunicação. Meios de comunicação entendidos não de maneira reduzida como coube a semântica mais ordinária, mas no entendimento mais amplo: aulas, teatros, Artes visuais e de audiovisual e tantas outras formas de expressão são, nesse sentido, meios de comunicação.

Sendo assim, somos capazes de construir em conjunto com o argumento da peça que articula experiências de dois países, Cuba e Brasil, e que compõe um painel simbólico com músicas, poemas, figurinos e cenografias latino-americanos que essa é uma peça internacionalista que identifica um problema estrutural do sistema: o analfabetismo como alicerce das desigualdades e como barreira para formação de massa crítica.

A emergência do debate trazido pela obra se traduz no outro acontecimento paralelo à apresentação da peça. Nós, brasilienses, diferente dos moradores demais munícipios brasileiros, acompanhávamos como expectadores o crescente número de prefeitos e vereadores de extrema direita sendo eleitos neste domingo. A maior cidade da América Latina, São Paulo, levou para o segundo turno o atual prefeito com declarada plataforma ligada ao projeto da extrema direita e o projeto civilizatório defendido por Guilherme Boulos, tendo como terceiro candidato mais votado Pablo Marçal, que rompeu, ao longo da campanha, até mesmo com os pactos democráticos mais essenciais. O que a conjuntura nos aponta é para emergência da disputa das ideias, para necessidade de construir estratégias que dialoguem e desmonte a ordem radicalizada do capital em crise que vivemos na atualidade.

Nesse sentido, trabalhos como “A aurora” são não somente um deleite mas uma urgência. Que esta temporada que se encerra de apresentações seja apenas a primeira de tantas outras, que “A aurora” circule pelos rincões do brasil e do nosso território latino-americano à luz das brigadas de outrora, acendendo centelhas de luta pelo direito fundamental de ler, escrever, interpretar e transformar a realidade.

Simone Rosa